Com mais de 40 anos de envolvimento com a raça, foi fundador da Cabanha Santa Edwiges e considerado um dos mais importantes criadores do país.
É com imenso pesar que a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) comunica o falecimento do sócio, criador e ex-presidente da Entidade, senhor Daniel Anzanello, ocorrido na noite desta segunda-feira (24). Anzanello deixa uma trajetória e um legado que foram determinantes para o avanço da raça Crioula nestes mais de 40 anos de envolvimento com o Cavalo Crioulo, além de uma série de amigos e admiradores do trabalho visionário e assertivo em sua criação.
A cerimônia de despedida será realizada nesta terça-feira (25), na capela K do Cemitério São Miguel e Almas, em Porto Alegre/RS, com o velório marcado para as 14h. O enterro ocorre às 18h.
A década de 1970 foi determinante para essa história junto à raça Crioula. Foi quando Anzanello deu vida a um sonho antigo, começando do zero e presenteando o filho (José Antônio) com suas primeiras éguas Crioulas.
Mais especificamente em 1977 veio o RP 01, que deu início à história exemplar da Cabanha Santa Edwiges, localizada no município de São Lourenço do Sul/RS, e que leva esse nome devido à devoção do idealizador e de sua esposa, Laura, à santa protetora dos negócios. De lá até hoje, a própria história e os resultados obtidos falam mais (tendo conquistado, entre os afixos Santa Edwiges e JA, pelo menos dez Freios de Ouro e produzido o primeiro bicampeão do Freio, JA Libertador).
Através da determinação e visão de Anzanello, o estabelecimento se tornou referência em termos de administração, genética e seleção da raça Crioula, contribuindo para a evolução do nosso cavalo nestas mais de quatro décadas de existência – legado que seguirá levado adiante pela família que esteve lado a lado com Anzanello nesta caminhada.
Contribuição que também foi marcada pela sua importante passagem na presidência da ABCCC, entre os anos de 1999 e 2001. Com uma administração considerada visionária, a gestão de Anzanello é reconhecida como uma verdadeira mudança de rumos na história do Cavalo Crioulo no Brasil, em razão de ter incentivado e promovido a expansão da visibilidade da raça e da cultura do Cavalo Crioulo pelo país através dos principais canais de mídia do ramo.
Levando a raça a outros patamares de exposição, expandindo fronteiras, a sua atuação fez do criador um dos gestores de maior destaque para a entidade.
Por esse e tantos outros motivos, também ficou marcado como o primeiro homenageado da Parede da Fama, espaço criado para reverenciar a trajetória daqueles que fizeram história na ABCCC, em 2017, ano em que também presencialmente recebeu, na sede da Cabanha Santa Edwiges, a visita da diretoria da Associação em um momento de carinho, gratidão e respeito à sua lição e trajetória inspiradoras.
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A ABCCC – em nome de toda a sua diretoria e colaboradores – envia os pêsames e o sentimento de conforto à família e amigos do senhor Daniel Anzanello neste difícil momento de perda. Trazendo também nestas palavras de homenagem e gratidão a certeza de que a sua trajetória estará sempre presente na memória e na história da nossa Associação.
Clique aqui e relembre a homenagem e visita feitas pela diretoria da ABCCC em 2017
A entrega da placa foi feita pelo presidente Eduardo Suñé que, em um breve discurso, fez seu agradecimento ao Seu Daniel por toda a sua contribuição a Raça Crioula. Suñé também explicou que uma placa como aquela será responsável por inaugurar a “Parede da Fama”, no Tattersall do Cavalo Crioulo durante a Expointer deste ano. Anzanello será o primeiro a ter o seu trabalho reverenciado e eternizado no local. A revelação foi recebida com aplausos por todos os presentes.
“Meu pai ficou muito contente. Ele sempre fica feliz quando lembram dele e acredito que a ABCCC acertou em cheio porque lembrou do trabalho que ele doou pela entidade e pela Raça. E mostrou para ele que isso não foi esquecido”, destacou o filho José Antônio.
E no caso da cabanha Santa Edwiges, e da família Anzanello, podemos dizer que é mérito de quem acredita e faz. Ao ver a placa entregue hoje pela diretoria da ABCCC, José Antônio foi questionado sobre como gostaria que o pai fosse lembrado pelas futuras gerações da Raça: “Com o brilho nos olhos que ele carregava toda vez que ele falava de cavalos”.