Momento incrível de acasalamento de sucuri é registrado; vídeo!

O que parece um amontoado de animais na verdade é uma luta de machos para copular com a fêmea; especialista explica detalhes deste ‘bolo de sucuri’

O jornalista e biólogo especialista em cobras e serpentes publicou em suas redes sociais um vídeo que lhe rendeu muitos comentários. O que parece ser um ‘bolo de sucuri’ , na verdade é o momento exato onde vários machos estão tentando copular com a fêmea. Os personagens do vídeo estão falando em espanhol, aparentemente eles estão em alguma região da Argentina.

O acasalamento das fêmeas dessa espécie, que costuma ser copulada por vários machos simultaneamente, ocorre apenas no período de inverno, o que também dificulta o encontro. A fêmea libera um feromônio no ar que atrai os machos muito menores do que ela. Eles ficam se revezando na cópula. Às vezes, quando uma pessoa vê esta cena confunde e acha que se trata de uma mãe que acabou de parir os filhotes. A sucuri não põe ovos e pode parir mais de 50 filhotes por gestação, que chega a durar oito meses.

Orgia animal?

O médico veterinário especialista em animais silvestres, Matheus Rabello Krüger, em entrevista ao Correio 24 horas esclarece que esse momento, conhecido como agregação reprodutiva, na verdade não é raro, o que na verdade é raro é exatamente o registro dele. “Algumas espécies de serpentes tem esse fenômeno durante o processo de reprodução”, acrescenta Matheus.

Krüger explica o processo de acasalamento da espécie. “De uma forma geral as Sucuris Verdes (Eunectes murinus) reproduzem na estação mais seca, e a fêmea lança mão de feromônios para atrair os machos, causando uma ‘disputa reprodutiva’ entre eles por uma única fêmea.”

Por isso o ‘bolo de sucuri’ parece, mas não é uma orgia animal. “Durante esse processo a fêmea seleciona o macho que tem maior capacidade reprodutiva, de acordo com seu porte, força, etc, aumentando as chances de sucesso dos filhotes através desta seleção genética”, completa.

Quanto ao registro, é considerado raro, pois encontrar esse evento exatamente no momento em que está ocorrendo precisa de muita observação/estudo dos indivíduos da espécie, ou simplesmente de sorte.

Sobre os riscos em fazer tal registro assim tão próximo dos animais, Krüger destaca que são quase nulos. “O objetivo dos animais ali é tão específico que é muito difícil ele correr algum tipo de perigo nessa situação. Era mais fácil ele atrapalhar esse processo reprodutivo, desviando um pouco o foco dos animais por conta de odor, etc, e acabar prejudicando o processo”.

Nós já publicamos aqui no site um evento parecido, registrado no interior de São Paulo, confira no vídeo.

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