Ministro da Agricultura enxerga que saída brasileira para aumento de produção é com utilização de áreas degradadas.
O ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, disse que o modelo brasileiro para mitigação das emissões de carbono não contempla a desintensificação da atividade agropecuária. O comentário foi feito nesta segunda, 09, durante participação em um evento realizado em Cuiabá (MT).
“Alguns países do mundo – e é legítimo, cada um tem a sua estratégia para amenizar os impactos da geração de CO² – falam em desintensificação da agropecuária, o que certamente não será o modelo brasileiro”, afirmou. O ministro ainda ressaltou que a estratégia do Brasil envolve “continuar fortalecendo a nossa vocação e a intensificação da produção de alimentos, mas de forma sustentável”.
Fávaro ainda destacou que as práticas adotadas há 50 anos fizeram o país sair de uma importador de alimentos para o protagonismo nas exportações mundiais de produtos agrícolas. No entanto, ele disse que esse modelo não é o que levará o Brasil nos próximos 50 anos. Segundo o ministro, a estratégia é intensificar a produção, mas sem derrubar florestas, usando apenas áreas já antropizadas.
“O Brasil tem a sua estratégia. Nós vamos intensificar a produção, certamente não sobre as florestas, não sobre o Cerrado, vamos fazer sobre as áreas degradadas, e temos muitas áreas propícias a essa inclusão, mas precisamos debater que o mundo participe disso também na forma de financiamentos, de pagamento dos serviços ambientais”, cobrou Fávaro.
Governador de Mato Grosso pede ampliação do Seguro Rural
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, também participou da abertura do Fórum Internacional da Agropecuária (FIAP), realizado pelo Canal Rural. Ele pontuou que o Seguro Rural é um dos desafios que o Brasil precisa enfrentar para trazer mais estabilidade aos produtores frente às mudanças climáticas.
“Nós temos alguns desafios que precisam ser tratados de forma diferente. O seguro agrícola precisa ser mais robusto, precisamos alargar a base, precisamos olhar para ele, porque diante das mudanças climáticas é algo que pode em algum momento salvar este setor”, disse Mendes.
Ainda sobre os desafios, o governador enafatizou que o país precisa combater o desmatamento ilegal para não ser pressionado por legislações da União Europeia. Ele também defendeu que os donos de áreas com desmatamento ilegal percam a posse da propriedade.
“Tenho defendido e vou continuar defendendo que nós tenhamos a coragem de dar ao desmatamento ilegal, não o irregular, sabendo a diferença entre um e outro, e dar a ele [desmatamento ilegal] o mesmo tratamento previsto no artigo 243 da nossa Constituição que o perdimento da terra para aquele que não respeitar o limite estabelecido na mais importante lei brasileira [Código Florestal], que hoje é reconhecida mas não cumprida”, afirmou.
Fonte: Agro Estadão
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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