É preciso estar atento à probabilidade de incidência do La Niña, fenômeno climático que pode prejudicar a regularidade do regime de chuvas.
O Centro-Sul do Brasil deve processar 587,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na temporada 2023/24 (com início em abril), afirmou a consultoria StoneX, em relatório. O volume representa um avanço de mais de 4 milhões de toneladas em comparação com a primeira previsão feita para o ciclo, em setembro. Caso se confirme, o processamento deve superar em 5,4% a estimativa da temporada atual (2022/23), mantida em 557,5 milhões de toneladas.
Segundo a StoneX, a perspectiva é orientada pelos modelos climáticos que sugerem um volume de precipitações próximo ou acima da normalidade para as principais regiões canavieiras do Centro-Sul brasileiro. “Tal tendência deve persistir também durante os meses de verão no Hemisfério Sul.”
Entretanto, pondera a consultoria, é preciso estar atento à probabilidade de incidência do La Niña, fenômeno climático que pode prejudicar a regularidade do regime de chuvas até o fim do primeiro trimestre do próximo ano.
“O mix produtivo estará rodeado de incertezas”
Considerando um cenário de chuvas favorável, a StoneX projeta que a produtividade em toneladas de cana por hectare (TCH) avance 5% no comparativo entre as safras na região, para 76,1 toneladas por hectare em 2023/24. “A área canavieira a ser colhida também deve observar leve recuperação diante da redução que pode ocorrer em 2022/23”, completa a StoneX.
O mix do ano-safra 2023/24 foi atualizado de 45% para 45,5% em relação ao açúcar, segundo a StoneX. No ciclo atual (2022/23), a consultoria elevou o mix do adoçante de 44,8% para 45,5%. “O mix produtivo, assim como no ciclo atual, para a próxima temporada também estará rodeado de incertezas”, ponderou a StoneX, citando a possibilidade de retomada na cobrança de impostos federais sobre combustíveis fósseis.
Moagem de cana no Centro-Sul atual safra
A estimativa da consultoria é de que o Centro-Sul do Brasil produza 31,8 milhões de metros cúbicos de etanol no ciclo 2023/23, redução marginal ante os 32 milhões de metros cúbicos do biocombustível estimados em setembro, mas alta de 7,8% em relação à previsão de 29,5 milhões de metros cúbicos em 2022/23.
“Esperamos que a produção de etanol de milho continue ganhando espaço no mercado de etanol e apresente crescimento anual de 22,2%, totalizando 5,5 milhões de metros cúbicos”, completou a StoneX.
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Já a produção de açúcar deve ficar em 35,6 milhões de toneladas em 2023/24 (alta de 5,2% ante 33,9 milhões de toneladas em 2022/23), em linha com a previsão anterior. A consultoria, no entanto, alterou a perspectiva de qualidade da matéria-prima colhida nas temporadas, mensurada em Açúcar Total Recuperável (ATR), também em função das chuvas previstas para o ano de 2023. O volume passou para 140,1 kg por tonelada em 2022/23 e para 139,8 kg por tonelada em 2023/24, ante, respectivamente, 139,9 kg por tonelada e 140,6 kg por tonelada previstos anteriormente.
Fonte: Estadão Conteúdo
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