Ministrou discutiu o assunto após encontro com Lula e empresários do setor de grãos. Bancada ruralista pede anulação das questões.
Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (8/11), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que erraria as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que abordaram o agronegócio. O chefe da pasta discutiu o assunto após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e representantes do setor de grãos.
Após a divulgação da prova, realizada no domingo (5/11), membros da bancada ruralista no Parlamento solicitaram a anulação de três questões relacionadas ao tema. De acordo com os parlamentares, o exame difama a reputação do setor e demonstra um notório “preconceito ideológico”.
“Não é o governo que faz a prova, são professores renomados. O que eu posso dizer com relação a isso, e nada mais que isso, é que, se eu estivesse fazendo a prova, eu ia errar uma, duas ou três questões, porque eu vivo e sei a qualidade de vida, o desenvolvimento que o agro traz para essas regiões. Se eu tivesse respondido a questão, teria errado a resposta considerada certa”, afirmou o ministro.
Fávaro foi indagado ainda se o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), encarregado de formular a prova, cometeu equívocos na elaboração das questões.
“Tem de perguntar para o avaliador. Eu não sei avaliar a prova. Sei que o agronegócio gera oportunidades, desenvolvimento social, inclusão social. A própria ministra (do Meio Ambiente) Marina Silva disse hoje, em evento, que, estatisticamente, menos de 2% dos produtores insistem em cometer crimes ambientais. Isso é uma referência para o mundo”, destacou.
A bancada ruralista, por meio de comunicado divulgado na segunda-feira (6/11), declarou que planeja convocar Camilo Santana, ministro da Educação, para prestar esclarecimentos no Congresso sobre as questões 89, 70 e 71 do caderno branco do Enem, que tratam de temas relacionados ao agronegócio e desmatamento e à recente corrida espacial financiada por bilionários.https://d-27196141811024861502.ampproject.net/2310271806000/frame.html
Durante audiência na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, nesta quarta, o presidente do Inep, Manuel Palácios, explicou que “a resposta correta não depende de opinião”.
“O que se quer é avaliar a capacidade de compreender o pensamento do outro. O que se quer é avaliar a capacidade que um estudante tem de compreender uma notícia, de comparar dois textos. Esse, sim, é o objetivo da questão”, detalhou Palácios.
Fonte: Metrópoles
ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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