A ministra destacou que há enorme espaço para Brasil e Emirados Árabes trabalharem em conjunto, em uma relação benéfica para os dois países.
Ao participar neste domingo (22) de seminário sobre oportunidades de negócios no Brasil na Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, em Dubai, a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) destacou as oportunidades de comércio e de investimentos no Brasil. Segundo ela, a retomada do crescimento brasileiro depende de recursos externos a serem aplicados em vários setores da economia, especialmente no agronegócio.
A ministra destacou que há enorme espaço para Brasil e Emirados Árabes trabalharem em conjunto, em uma relação benéfica para os dois países. “Existem oportunidades ao longo de toda a cadeia produtiva do agro: insumos, maquinário, produção, processamento, estocagem, distribuição, transporte, pesquisa, tecnologia e inovação”, destacou Tereza Cristina.
Ela também citou projetos de infraestrutura que podem receber investimentos externos, como ferrovias e rodovias, além de oportunidades de investimentos em setores produtivos como produtos florestais, lácteos, aquicultura e horticultura.
“É com esse objetivo de ampliar a presença brasileira no mercado global e apresentar oportunidades de investimentos para parceiros estratégicos que tenho intensificado minha agenda internacional. A nossa ambição é continuar a divulgar a imagem internacional da agricultura brasileira, de forma a apresentá-la a parceiros exatamente como ela é: inovadora, dinâmica, responsável, lucrativa e sustentável”, concluiu a ministra, lembrando que o potencial de comércio e investimentos entre Brasil e Emirados Árabes é enorme e precisa ser aprofundado.
No seminário, o presidente da Câmara Árabe-Brasileira, Rubens Hanun, disse que a missão do Ministério da Agricultura ao Oriente Médio vai contribuir para o crescimento dos negócios do Brasil com os países da região. Segundo ele, a relação será reforçada com a visita do presidente Jair Bolsonaro aos países do Golfo, prevista para outubro.
O presidente da Autoridade Árabe para Agricultura, Investimento e Desenvolvimento, Mohammed Bin Obaid Al-Mazrooei, destacou os investimentos em segurança alimentar nos países árabes.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) também fizeram apresentações sobre o agronegócio brasileiro.
O comércio entre o Brasil e os Emirados Árabes gira em torno de US$ 2,5 bilhões, sendo que praticamente metade são de produtos agrícolas. Frango, açúcar e carne bovina respondem por 77% de tudo o que o Brasil exporta para os Emirados.
Status sanitário e meio ambiente
A ministra destacou que, além de altamente produtiva, a agropecuária brasileira tem um elevadíssimo status sanitário: nunca registrou casos de influenza aviária e está avançando na erradicação da febre aftosa, além de ser classificado como de risco insignificante para a doença da vaca louca.
“A excelência sanitária da produção é resultado de diversos programas coordenados pelo Ministério da Agricultura e desenvolvidos com o apoio e a parceria dos produtores rurais. Complementarmente, inspeções sanitárias nas etapas de recebimento dos animais, abate e processamento garantem a inocuidade de todas as carnes produzidas”, disse.
Segundo a ministra, ao mesmo tempo em que busca aumentar a produtividade e qualidade da sua agropecuária, o Brasil desenvolve políticas e mecanismos para proteger o meio ambiente.
“A associação internacional entre a produção de alimentos no Brasil e o desmatamento e queimadas na Amazônia são distorções que, nem de longe, correspondem à realidade.
O problema na Amazônia existe e está sendo tratado com a seriedade que merece, como pude comprovar em recente visita à região”, disse a ministra, lembrando que a preservação ambiental é uma preocupação não apenas do governo brasileiro, mas dos próprios produtores rurais.
Investimentos e pesquisa
Ainda neste domingo, a ministra Tereza Cristina reuniu-se com a ministra de Estado de Segurança Alimentar, Miriam Bint Mohammed Saeed Hareb, e com o presidente da DP World (Dubai Ports World), Sultan Ahmed bin Sulayem. A empresa é responsável pela operação do Porto de Santos (SP) e do Jebel Ali Port, em Dubai, o maior terminal marítimo do Oriente Médio.
O presidente falou sobre a área industrial que se formou em volta do porto em Dubai e a possibilidade de empresas brasileiras se instalarem no país. A ministra disse que já conversou com empresários brasileiros sobre as oportunidades de investimento nos Emirados Árabes. “Vamos fazer com que eles entendam as regras para estarem aqui”, disse.
A diretora geral do International Center for Biosaline Agriculture, Ismahane Elouafi, conversou com a ministra sobre a possibilidade de parcerias com a Embrapa na pesquisa sobre dessalinização da água. A ministra disse que esse assunto é importantíssimo para o Nordeste brasileiro.
“Hoje ainda é muito caro para a agricultura, mas podemos achar um caminho juntos para que possamos usar essa água dessalinizada mais barata. Assim, o Nordeste pode também ser um grande produtor de alimentos no nosso país”, disse Tereza Cristina. Nos Emirados Árabes, grande parte da água usada na agricultura vem da dessalinização da água do mar.
- Você sabe por que os humanos começaram a beber leite de vaca?
- CerealCred: nova solução de crédito para associados da Acebra em parceria com a Farmtech
- Prestes a realizar o maior leilão da história do Quarto de Milha, Monte Sião Haras adquire totalidade da égua mais cara do Brasil
- Região do Cerrado Mineiro avança no mercado global com leilão virtual
- Mudanças climáticas redesenham a agricultura brasileira
A comitiva brasileira também visitou uma fazenda de peixes que cria salmão em cativeiro, com tanques climatizados, reproduzindo as condições ideais para a produção do peixe.
Fonte: MAPA