Minerva compra Marfrig em negociação bilionária com aval do Cade

Os próximos passos da negociação envolvem a transferência formal dos ativos, com prazo estimado de 19 dias para que a Marfrig finalize a entrega dos frigoríficos, a expectativa é que a Minerva assuma os ativos ao longo de outubro, consolidando mais uma etapa no crescimento da companhia liderada pela família Vilela de Queiroz.

A Minerva Foods obteve aprovação definitiva do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para concluir a compra de um conjunto de frigoríficos da Marfrig, em uma transação histórica de R$ 7,5 bilhões.

Anunciada em agosto do ano passado, essa aquisição é o segundo maior movimento de fusão e aquisição (M&A) da indústria frigorífica brasileira, superado apenas pela compra do Bertin pela JBS em 2009. A decisão unânime do Cade (6 a 0) marca um momento decisivo para o setor e transforma a Minerva em uma potência dominante nas exportações de carne bovina na América do Sul.

Com a aprovação, a Minerva alcança uma posição de destaque no setor, consolidando-se com 30% de participação de mercado nas exportações de carne bovina da América do Sul. Esse movimento fortalece a competitividade da empresa no cenário global, impulsionando sua presença em mercados estratégicos. A trajetória da Minerva tem sido marcada por aquisições inteligentes e expansão internacional, e este novo capítulo solidifica seu papel como uma das maiores exportadoras de carne bovina da região.

A negociação, no entanto, enfrentou obstáculos. A demora na tramitação no Cade gerou preocupações entre investidores, estendendo-se mais do que a Minerva previa. Para garantir a aprovação, a empresa concordou em vender um ativo imobiliário em Pirenópolis (GO), um frigorífico desativado desde 2010, que não possui equipamentos operacionais. A exigência do Cade visou mitigar riscos de concentração no abate de bovinos em Goiás, reduzindo preocupações com monopólios regionais. Assim, a Minerva adequou-se às condições, comprometendo-se a vender a unidade de Pirenópolis, o que removeu o principal entrave regulatório.

Restrições e oportunidades

Do lado da Marfrig, a aprovação trouxe algumas restrições. A empresa não poderá adquirir novos frigoríficos nos Estados em que vendeu unidades, mas o Cade flexibilizou parte das exigências, permitindo que a Marfrig amplie a capacidade de seus complexos industriais em Várzea Grande (MT) e Promissão (SP). Com isso, a Marfrig mantém uma presença robusta no setor, ainda que ajustada às limitações impostas pelo acordo com a Minerva.

Perspectivas futuras

A aquisição, ao mesmo tempo que reforça a posição da Minerva no mercado, abre novas possibilidades de sinergia entre as empresas. O contrato de fornecimento de carne entre elas continuará, possibilitando uma maior eficiência na cadeia produtiva. Os próximos passos da negociação envolvem a transferência formal dos ativos, com prazo estimado de 19 dias para que a Marfrig finalize a entrega dos frigoríficos. A expectativa é que a Minerva assuma os ativos ao longo de outubro, consolidando mais uma etapa no crescimento da companhia liderada pela família Vilela de Queiroz.

Em suma, a aprovação do Cade marca um divisor de águas no setor de carne bovina no Brasil. Com a Minerva fortalecida pela aquisição, a competitividade nas exportações sul-americanas se intensifica, ao mesmo tempo em que novos desafios e oportunidades surgem tanto para Minerva quanto para Marfrig.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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