A demanda pela ave viva continua sob extrema dependência dos abatedouros – que, procuram preservar os preços do frango abatido.
Ontem (2), em Minas Gerais, o frango vivo obteve novo reajuste de cinco centavos, sendo comercializado por R$6,60/kg. É o primeiro do mês de agosto, mas o sexto em menos de 30 dias. Nesse espaço de tempo, os ajustes acumulados ficaram próximos de 5%, enquanto em relação ao mesmo dia de agosto de 2021 a variação chega a 10%.
Caracterizado como firme na maior parte do mês passado, neste início de agosto o mercado mineiro firmou-se ainda mais, o que abre a possibilidade de novos reajustes no decorrer do período. É, mais ou menos, a mesma situação observada em São Paulo, onde o mercado também se firmou.
Mas, ao contrário do observado em Minas Gerais, as perspectivas de reajuste, embora existentes, permanecem escassas, pois a demanda pela ave viva continua sob extrema dependência dos abatedouros – que, procurando preservar os preços do frango abatido, acorrem minimamente ao mercado de frangos vivos.
De toda forma, chama a atenção o fato de, no momento, o frango mineiro estar sendo comercializado com um adicional de 50 centavos/quilo em relação ao paulista – ganho, senão inédito, absolutamente raro, sobretudo se considerado que nos últimos quatro anos e meio a diferença média entre as duas praças foi de apenas 1 (um) centavo/quilo.
Além disso, frente aos seis reajustes obtidos pelo frango vivo de Minas Gerais (todos de cinco centavos cada) em menos de quatro semanas, o produto comercializado no interior paulista obteve apenas uma correção – de 10 centavos, é verdade, mas como ficou restrito a ela registra, em 30 dias, variação de apenas 1,67%. Qual é a causa dessa diferença?
O único indicador a respeito vêm da APINCO e refere-se ao alojamento de pintos de corte. Os últimos dados divulgados e relativos aos cinco primeiros meses do ano (ou seja, os correspondentes a abates efetuados até meados de julho passado) revelam que frente a um aumento anual de quase 4% nos alojamentos paulistas, os de Minas Gerais apresentaram incremento inferior a meio por cento.
Naturalmente, a maior parte do volume alojado destina-se a empresas integradas. E, no caso do mercado paulista, tudo indica que essas empresas atingiram nível de suficiência que lhes possibilita recorrer minimamente ao segmento independente. Daí o marasmo que, não de hoje, vem caracterizando o mercado de aves vivas do interior de São Paulo.
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