A estimativa para a safra de grãos 2019/2020 em Minas se mantém positiva, inclusive com previsão de recorde, de acordo com os dados da Conab.
São esperados 15,3 milhões de toneladas – a maior safra desde 1976, um crescimento de 7,4% em relação à anterior. A área plantada e o ganho de produtividade também subiram, 2,2% e 5,1%, respectivamente. Entre os produtos que se destacaram estão a primeira safra do feijão (+21,7%), do amendoim (+16,7%), da soja (+15,9%) e das duas safras do milho (+3,6%).
Segundo o superintendente de Inovação e Economia Agropecuária da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Carlos Eduardo Oliveira Bovo, o investimento dos produtores em tecnologias e condições climáticas favoráveis contribuíram para o significativo aumento da produção de grãos em Minas Gerais. “A nossa perspectiva é continuar com a ampliação da produção de grãos em nosso estado. Mesmo diante de adversidades, como o aumento no preço de alguns insumos, a dificuldade para escoar algumas produções e a adaptação para garantir a saúde dos trabalhadores rurais, o setor agropecuário vem se reinventando e apresentando resultados positivos”, pontua.
Creuma Viana, assessora técnica da Superintendência de Inovação e Economia Agropecuária da Seapa, destaca o bom resultado do feijão nesta primeira safra, com 192 mil toneladas. “Minas é o 2º maior produtor deste grão no Brasil, representando 17,7% da produção nacional. Neste ano, a safra verão teve ainda uma expansão de 4,9% na área de cultivo e de 15,9% na produtividade”, explica.
Em contrapartida, a previsão para a 2ª e 3ª safras do feijão é de declínio de -17,6% e -1,2%. Entretanto, o pesquisador Fábio Aurélio Dias Martins, da Epamig Sul, em Lavras, garante que essa movimentação é típica dessa cultura. “O feijão carioca, que é o mais produzido, nunca se comportou como commodity, por ser cultivado e consumido apenas no Brasil. Com isso, é um produto que está muito ligado à questão de oferta e demanda”, conta. O preço sobe quando há algum fator climático que reduz a produção e, por conta deste atrativo, agricultores não tradicionais entram para esta cultura. Porém, quando a oferta de feijão aumenta, os preços despencam. “Por este motivo é bastante comum encontrarmos estas variações nas safras do feijão”, completa Fábio.
Já o amendoim, apesar de ainda ter uma produção relativamente pequena no estado, vem apresentando ótimos índices. Neste ano, a produção está estimada em 4,9 mil toneladas, aumento de 16,7% em relação à safra 2018/2019. “Isso se dá pelo incremento da área plantada, que teve expansão de 30,8%, passando de 1,3 para 1,7 mil hectares”, lembra Creuma.
Principais grãos
Os dois grãos mais cultivados em Minas Gerais, que são o milho (previsão de 7,8 milhões de toneladas para as suas duas safras) e a soja (5,8 milhões de toneladas), também apresentaram aumentos na produção, conforme os dados do Conab.
No caso do milho, a safra já finalizada teve crescimento de 0,5%, e a previsão é que a 2ª safra, que iniciará em junho, aumente para 8,6%. “Registramos um aumento de 4,7% produtividade do milho neste ano, em função das condições climáticas favoráveis em Minas Gerais”, complementa a assessora técnica Creuma Viana.
A boa distribuição das chuvas, além de uma menor incidência de doenças, também foi uma aliada dos produtores de soja do estado, conforme registra a pesquisadora Ana Cristina Juház, da Epamig Oeste, em Uberaba. “Além de termos uma maior área plantada em 2020, por conta das condições climáticas e do maior uso de tecnologias, os produtores mineiros de soja também obtiveram uma maior produtividade nesta safra”, garante.
A produção da soja passou de 5,0 para 5,9 milhões de toneladas na safra 2019/2020, com ganho de 4,6% na área cultivada e 10,9% na produtividade.
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Outros produtos
Mas não foram apenas os grãos que tiveram um bom desempenho neste ano. O café, carro chefe da agricultura em Minas Gerais, também prevê uma safra com bons resultados. O aumento esperado na produção deste ano é de cerca de 28%, com a expectativa de um número entre 30,7 e 32,0 milhões de sacas beneficiadas. Já a produtividade deverá ter um incremento entre 19% e 24%.
“Estamos em um momento favorável, de alta produção de café e aumento nos preços em razão da alta do dólar e da retomada das importações, principalmente de países europeus que estão voltando à normalidade depois de controlar a pandemia”, afirma o superintendente Carlos Eduardo Bovo.
A cana-de-açúcar também teve resultado positivo, passando de 63,2 para 68,6 milhões de toneladas (+8,7%). Minas é o 3º maior produtor de cana do país, ficando atrás apenas de Goiás e São Paulo.
Fonte: Epamig