Milho: veja a tendência para as cotações nesta semana

Nos últimos dias, a Bolsa de Chicago subiu após o USDA projetar área menor do que o esperado pelo mercado. Mas será que isso vai continuar?

Acompanhe abaixo os fatos que merecerão a atenção do mercado de milho na próxima semana. As dicas são do analista da Safras Paulo Molinari.

  • A grande surpresa da semana ficou com o relatório de área plantada divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na terça-feira, 30;
  • A área projetada era de 97 milhões de acres, o mercado esperava 95,2 e o USDA trouxe 92 milhões de acres. O impacto da pandemia em abril e maio sobre os setores de frigoríficos e as indústrias de etanol parece ter afetado as decisões de plantio;
  • Os preços mudaram rapidamente a sua trajetória, passando de US$ 3,20 para US$ 3,50 por bushel pela inversão do perfil de produção. Agora, a estimativa poderá ficar dentro de uma safra normal apenas, 370 milhões de toneladas contra 406 inicialmente projetadas. Isso se a produtividade média estiver mantida em patamares recordes;
  • Os estoques, que seriam recordes para 84 milhões de toneladas, agora devem convergir para níveis de 48 milhões, ou seja, abaixo dos atuais;
  • Isso não quer dizer que os preços do milho vão explodir, mas que as chances do mercado vir abaixo de US$ 3,20 na colheita são limitadas e ele poderá agora se manter em patamares mais elevados;
  • Esta correção de rota elevou os preços FOB na América do Sul em US$ 10/US$ 15 por tonelada e melhorou as condições de exportação do Brasil;
  • Atenção ainda ao clima no Meio-Oeste em julho;
  • O mercado interno se mostrou muito firme com a alta na Bolsa de Chicago e o câmbio bastante volátil na semana;
  • Diante da colheita ainda lenta, com exceção de Mato Grosso, as tradings precisaram avançar em compras para atender aos embarques nos portos;
  • Essa combinação ajudou os preços internos a seguirem os portos. Os portos chegaram a trabalhar a R$ 52/R$ 53 na semana, fechando o período a R$ 51. Preços bem melhores diante desta somatória de bons embarques em julho, Chicago invertendo seu viés e câmbio ainda favorável;
  • Contudo, a colheita brasileira deve avançar mais acentuadamente agora em julho e agosto, atendendo a toda a demanda interna e exportação. Se não houver surpresas em termos de clima no Meio-Oeste dos EUA e no câmbio, o mercado interno poderá sofrer alguma acomodação.
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