Milho safrinha: produção deve crescer 47,2% em 2017

Área de milho safrinha deve totalizar 11 milhões de hectares e a produção pode chegar a 59,9 milhões de toneladas, um aumento de 5,1% e 47,2%, respectivamente, em 2017 sobre o ano passado.

A área de plantio de milho segunda safra, mais conhecido como safrinha, deve totalizar 11 milhões de hectares e a produção pode chegar a 59,9 milhões de toneladas, podendo resultar, em 2017, em um aumento de 5,1% e 47,2%, respectivamente, na comparação com o ano passado.

“Os números foram calculados tomando por base a tendência de produtividade e a previsão da área a ser plantada e, caso se confirmem, a segunda safra será recorde”, salienta o engenheiro agrônomo Adriano Gomes Bueno, analista da AgRural.

De acordo com ele, Paraná vai ampliar a área de milho segunda safra, especialmente nas regiões de norte e oeste do Estado, ocupando o espaço do trigo.

Ainda na primeira quinzena de janeiro, Mato Grosso deverá abrir a temporada 2017 de plantio, referente à segunda safra de milho no Centro-Sul, que também abrange os Estados de Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e Minas Gerais. O cultivo nestas regiões se estenderá até março e responde pela maior parte da colheita total do grão (primeira e segunda safra) no país.

O calendário da safrinha no Norte e no Nordeste é diferenciado: Tocantins e Rondônia, por exemplo, começarão o plantio em fevereiro; Maranhão e Piauí, em março; Alagoas, nordeste da Bahia e Sergipe, no mês de abril deste ano.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a segunda safra de milho passou a se destacar a partir da safra 2011/12, superando, pela primeira vez, a produção do milho primeira safra e aumentando os volumes. De lá para cá, vem crescendo a cada ciclo.

PERSPECTIVAS

Pesquisador fitotecnista do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), o engenheiro agrônomo Pedro Sentaro Shioga ressalta que as perspectivas de cultivo do milho segunda safra são boas, mas pondera dizendo que as atuais previsões só devem se confirmar se o clima colaborar com o plantio, principalmente no período de janeiro a março, época em que a soja sai dos campos e entra o milho.

“Por enquanto, o bom andamento da safra de soja e a expectativa de colheita rápida indicam que haverá boa janela para o plantio da segunda safra de milho”, comenta Shioga.

Apesar do otimismo, o pesquisador alerta para as previsões climáticas, que indicam a presença do fenômeno La Niña, o que pode resultar em irregularidade nas precipitações nesse período.

“Alguns cuidados devem ser tomados no manejo da cultura, como escalonamento do plantio nas épocas recomendadas, o cultivo dentro das épocas recomendadas e as populações adequadas”, orienta Shioga.

Ele ainda chama a atenção para a necessidade de o agricultor fazer investimentos em longo prazo no solo, visando agregar matéria orgânica.

BOLETIM DO IAPAR

No final de dezembro, o Instituto Agronômico do Paraná (iapar) publicou o boletim “Avaliação Estadual de Cultivares de Milho – Segunda Safra 2016”, com o objetivo de oferecer informações atualizadas sobre o comportamento das cultivares disponíveis no mercado e contribuir para o desenvolvimento econômico e sustentável do setor. A publicação é dirigida a produtores rurais e técnicos envolvidos no planejamento da segunda safra, no início deste ano.

“O boletim dará suporte, dentre as várias cultivares testadas, ao processo de escolha das cultivares mais adaptadas regionalmente e com maior resistência às pragas e doenças, visando retorno econômicos, segurança alimentar e sustentabilidade ambiental”, informa Shioga.

Segundo o pesquisador, o boletim permite aos agricultores selecionar as cultivares mais adaptadas às regiões de cultivo e, com isso, obter melhor produtividade e rentabilidade: “Além disso, o desenvolvimento tecnológico do cultivo de milho segunda safra tem proporcionado bons ganhos aos agricultores”.

Explica ainda que, na publicação, são apresentados resultados de avaliação de 14 cultivares convencionais e 15 geneticamente modificadas. “Rendimento, acamamento e quebramento, população final e comportamento frente às principais doenças da cultura foram algumas das variáveis analisadas nos experimentos”, aponta o fitotecnista.

Os ensaios foram realizados nos municípios paranaenses de Cambará, Campo Mourão, Floresta, Londrina, Palotina, Primeiro de Maio, Santa Helena e Sertanópolis. Além do pesquisador Pedro Shioga, colaboraram para a publicação os engenheiros agrônomos Adriano Augusto de Paiva Custódio, Alberto Sérgio do Rego Barros, Antonio Carlos Gerape, Pedro Mário de Araújo e Rodolfo Bianco.

Por equipe SNA/SP

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