Milho volta a bater máxima dos últimos 16 meses em Chicago, sustentado em movimento de valorização do petróleo. Confira o que pode mexer com os preços nesta semana!
A penúltima semana de 2020 começa com o mercado do milho com preços estagnados na casa dos R$ 75,00/sc em São Paulo. As intensas negociações realizadas na primeira quinzena do mês em conjunto com a menor “vontade” em negociar dos produtores no atual momento estão fazendo o preço do cereal andar de lado nos últimos dias. Na B3, o vencimento para março/21 encerrou o dia com alta de 0,83%, cotado a R$ 77,59/sc.
Nos EUA, a pressão de alta continuou a atuar sobre o mercado de milho norte-americano, o vencimento para março/21 registrou alta de 1,16%, sendo negociado a US$ 4,38/bu, o maior valor dos últimos 16 meses. Quem abriu espaço para esse rompimento de máxima foi o petróleo WTI, que atingiu sua máxima dos últimos dez meses, melhorando a competitividade do etanol de milho
Veja o que pode afetar o preço do milho nesta semana
A semana para o mercado do milho deve ter a atenção dos compradores internacionais sobre a aquisição do grão pelos chineses. Além disso, o clima seguirá como fator de atenção, especialmente na Argentina, onde o plantio da nova safra está atrasado devido às chuvas irregulares no país.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de milho na semana. As dicas são do analista da consultoria Safras & Mercado Paulo Molinari:
- O mercado externo segue com atenção ao potencial fluxo de compras pela China. Contudo, há 60 dias a China não faz novas compras de milho norte-americano;
- A grande surpresa da semana foi a estimativa do rebanho e matrizes suínas na China, ou seja 41 milhões de cabeças contra uma previsão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de 31 milhões. Isto começa a gerar um forte conflito de informações no mercado mundial, o que afeta o preço da carne suína nos exportadores mundiais e começa a gerar um novo tom especulativo para soja, milho e trigo. Isto em função de que se o milagre da recuperação do rebanho em tempo recorde é verdadeiro, a sua demanda por ingredientes para ração irá disparar;
- Os preços na Bolsa de Chicago tentam romper a resistência de US$ 4,30 por bushel e depende ainda deste fluxo de exportações para novos níveis;
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- A Argentina tem plantio atrasado. A Bolsa de Buenos Aires aponta 55% e o governo 68%. Nos dois casos há atrasos devido às chuvas irregulares;
- Mercado interno brasileiro tem um mês de acomodação de preços devido ao maior interesse de venda pelos produtores;
- Muito pouco a ver com câmbio e basicamente centrado neste quadro já esperado de maior fixação e vendas por parte do produtor neste período do ano;
- Agora, a expectativa é a retomada dos negócios em janeiro e o início da colheita da soja em fevereiro. Isso deverá dificultar bastante o fluxo de milho a partir de meados de janeiro;
- As perdas no Sul do Brasil estão concretizadas apesar do lado Leste da região mostrar uma boa condição das lavouras neste momento;
- Preços podem voltar a subir razoavelmente no primeiro trimestre e sem espaço nos portos para realizar importações;
- Demanda interna não oferece qualquer sinal de acomodação além da sua sazonalidade normal do primeiro trimestre.
Compre Rural com informações da Agrifatto e Agência Safras