Milho: Grupo pode vender US$ 10 bilhões para China

A China planeja aprovar primeiro milho transgênico desenvolvido pela Syngenta; Dessa forma a empresa pretende levantar cerca de 10 bilhões de dólares de uma oferta pública inicial.

A China planeja aprovar pela primeira vez o milho transgênico desenvolvido pelo grupo Syngenta, disse o Ministério da Agricultura hoje (29). As duas características transgênicas desenvolvidas pela gigante agroquímica, e a serem aprovadas, foram Bt11×MIR162×GA21 e Bt11×GA21, ambas tolerantes a insetos e herbicidas, afirmou o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais em nota publicada em seu site.

A medida marca um grande avanço para a Syngenta, a terceira maior produtora mundial de sementes de propriedade da chinesa Sinochem Holdings, em sua busca para se tornar líder de mercado nos negócios de trangênicos da China.

A China também planeja aprovar uma variedade tolerante a herbicida desenvolvida pela Hangzhou Ruifeng Bio-Tech Co Ltd, e outro produto de milho de propriedade do Grupo Nacional de Sementes da China, uma unidade do grupo Syngenta, disse o comunicado.

Pequim já deu aprovação de biossegurança para algumas outras características domésticas de milho transgênico e propôs uma revisão das regras de sementes do país, com objetivo de abrir caminho para aprovações de culturas transgênicas como parte de um esforço para se preparar para o cultivo comercial do grão.

A Syngenta pretende levantar cerca de 10 bilhões de dólares de uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) na China prevista para este ano.

Expectativas para a soja

Se juntar nacionalismo e necessidade era uma questão de tempo para que a China adotasse a produção de grãos transgênicos. Até que demorou, desde que a ChemChina adquiriu a Syngenta, em 2016, e diante do aumento das importações do país sem que sua produção doméstica crescesse apesar de vários programas de segurança alimentar.

Mas Pequim autorizou primeiro variedades do milho da Syngenta, que deve experimentar uma aceleração produtiva, encurtando a demanda externa em alguns anos, e de custos menores, na medida em que os organismos Bt (abreviação da bactéria introduzida para modificar o código genético) são mais resistentes às pragas.

Agora é questão de tempo para que aprove também a soja, a principal commodity importada, cuja estimativa para 2022 gira entre 90 a 100 milhões de toneladas.

A produção local mal sai das 16 a 17 milhões de toneladas por safra e ainda rivalizada com o milho, que foi mais plantado em 2021 pelos produtores locais devido a melhores preços.

O grão da oleaginosa geneticamente modificado é responsável pelo salto produtivo, multiplicado por várias vezes nos Estados Unidos, Argentina e Brasil – aqui, autorizado em 1998.

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