T&F vê cenário de demanda bastante aquecida tanto pelo cereal quanto pelas carnes brasileiras, além de uma oferta ajustada; Veja o que esperar!
O preço do milho pode chegar a R$ 77 por sacas até o fim de novembro, de acordo com a consultoria T&F. O analista Luiz Carlos Pacheco afirma que seria um lucro extraordinária, de quase 85%.
Segundo o especialista, no ano passado, quando foram plantadas as lavouras de grãos, o mundo não contava com uma pandemia, como a do novo coronavírus, e o dólar subindo e impulsionando os preços das commodities. “O dólar foi o principal fator responsável pelas altas, e não só do milho em grão, mas também das carnes”, diz.
Milho pode chegar a até R$ 77 por saca no fim de novembro, estima consultoria
Pacheco afirma que houver uma demanda maior por carnes, que leva à valorização do milho por consequência, já que o cereal é usado na alimentação dos animais. “Enquanto vendemos o milho a US$ 170 por toneladas, a tonelada das carnes sai por US$ 2.000. Como o Brasil é um grande exportador de carnes, tanto para o mercado chinês como mundial, isso vai elevando os preços internacionais”.
O analista da T&F conta que tudo aponta para um cenário de estoques apertados no fim do ano. Assim, qualquer alteração de oferta ou demanda pode causar novos desequilíbrios no mercado. “Nós achamos que esse dólar alto vai aumentar a demanda por milho e carnes”, finaliza.
Preço da saca de milho está 71,1% maior na comparação com agosto de 2019
O preço do milho no mercado interno atingiu este mês o maior valor nominal desde janeiro de 2019, conforme levantamento da Scot Consultoria. Na região de Campinas (SP), a saca de 60 quilos está cotada em R$ 65, sem o frete, alta de 26,2% até o dia 28 de agosto em relação a julho deste ano. Na comparação com igual período do ano passado, a cotação subiu 71,1%, diz a Scot em boletim sobre o grão.
Segundo a consultoria, a forte exportação do grão e a demanda interna aquecida – com compradores principalmente no setor pecuário e usinas de etanol de milho – são os principais fatores que sustentam as cotações. Além disso, o vendedor restringe a oferta no aguardo de mais altas da commodity.
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A Scot informa, ainda, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, que o Brasil exportou, de janeiro a julho, 7,67 milhões de toneladas de milho. Somente em agosto, os embarques externos somaram 4,85 milhões de toneladas (até a terceira semana), com média diária exportada 79,2% maior em relação a julho deste ano, e 2,8% abaixo de agosto de 2019.
A consultoria afirma ainda que se o mesmo ritmo de exportação continuar até o fim deste mês, a soma dos embarques deverá alcançar 7,12 milhões de toneladas. Diante deste cenário, a expectativa de preços para o cereal ainda é de preços firmes e “altas não estão descartadas, a depender do dólar, que afeta diretamente nas exportações”, diz a Scot, acrescentando porém que os altos patamares de preços podem travar negócios no mercado interno, limitando a valorização do grão daqui para a frente.
Com informações do Portal DBO, Scot Consultoria e Canal Rural