MG: acompanhamento técnico da produção de leite trouxe bons resultados

O lucro por litro fechou em R$0,06 durante os últimos 12 meses, e a taxa de retorno do capital sob investimento foi de 23%.

Saldo positivo de mais de R$40 mil no fluxo de caixa. Esse foi um dos resultados conquistados em relação à média do grupo de 30 pecuaristas de leite dos municípios de Presidente Juscelino, Morro da Garça, Curvelo, Araçaí, Gouveia e Inimutaba, que encerra a participação após dois anos de atendimentos gratuitos no Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG Balde Cheio) do Sistema Faemg Senar.

Os indicadores econômicos e zootécnicos foram apresentados durante reunião de benchmarking promovida em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Curvelo.

Segundo o técnico de campo que acompanhou os produtores Carlos Antônio Nunes Júnior alguns tiveram prejuízos, mas a maioria evoluiu bem. O lucro por litro fechou em R$0,06 durante os últimos 12 meses, e a taxa de retorno do capital sob investimento foi de 23%.

“A pecuária avança com gestão e profissionalismo e os indicadores mostraram isso”, disse, referindo-se também aos resultados em relação à margem bruta de R$50.717,37, em uma produtividade de 2.141 litros de leite por hectare.

No cenário comparativo geral da média do grupo, o volume diário da produção de leite caiu de 220 litros para 201. O técnico explica que isso ocorreu em função da seca intensa e prolongada nos últimos 24 meses. Além disso, a oscilação significativa no preço do produto entre outubro de 2021 a junho de 2022 e os preços elevados dos insumos contribuíram para que os produtores desestimulassem, reduzindo a produção.

Contudo, as fazendas estão mais preparadas e sabem o que deve ser feito diante destes cenários, como realizar um planejamento para a produção de volumoso e para compras estratégicas de insumos. “Temos muito a desenvolver, mas ‘a semente foi plantada’. Precisamos acabar com a cultura de que a pecuária não é rentável. Tal comportamento reflete na dificuldade de mão de obra e no êxodo rural”, alertou.

Capacitar para evoluir

Segundo a produtora Vânia Félix, da comunidade de Saco Novo, município de Inimutaba, o programa ATeG também proporcionou melhorias no manejo, acompanhamento da qualidade do leite, domínio em relação às contas da fazenda e, principalmente, mais proximidade com as oportunidades de capacitação, por meio dos cursos do Senar Minas. “A experiência é apaixonante”, comentou.

Pós Programa ATeG

O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Curvelo, Thiago Guimarães, elogiou o engajamento da turma. Para ele, um grupo que começa com 30 produtores e encerra seu ciclo com os mesmos participantes é especial. “Estamos buscando apoio e parcerias para dar continuidade a esse perfil de assistência técnica a quem se interessar, não só na cadeia produtiva do leite, mas em outras que o programa está inserido em nossa região, como pecuária de corte, apicultura e agroindústria. De toda forma, fica o aprendizado a respeito do papel produtor enquanto empresário rural. Sem mudança de postura e mentalidade, não há transformação no campo”, recomendou.  

Fonte: FAEMG

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