Desde 1999, Mercosul e União Europeia (UE) têm trabalhado para estabelecer um acordo de livre comércio entre os dois blocos.
O Mercosul e a União Europeia anunciaram, nesta sexta-feira (6), a concretização do acordo de livre comércio que vem sendo discutido há 25 anos entre os dois blocos. A cerimônia ocorreu em Montevidéu, no Uruguai, durante a cúpula do Mercosul.
Estiveram presentes os presidentes de países do bloco sul-americano, como Javier Milei (Argentina), Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Santiago Peña (Paraguai), além do anfitrião Luis Lacalle Pou (Uruguai), e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Desde 1999, Mercosul e União Europeia (UE) têm trabalhado para estabelecer um acordo de livre comércio entre os dois blocos.
Em entrevista coletiva, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o “acordo com Mercosul é vitória para Europa”.
“Este é um acordo ganha-ganha, que trará benefícios significativos para consumidores e empresas, de ambos os lados. Estamos focados na justiça e no benefício mútuo. Ouvimos as preocupações de nossos agricultores e agimos de acordo com elas. Este acordo inclui salvaguardas robustas para proteger seus meios de subsistência”, disse von der Leyen.
Na quinta-feira (5), Omar Paganini, chanceler do Uruguai, anunciou que as negociações entre as delegações foram concluídas. Segundo especialistas, o acordo é considerado um saldo positivo para o Brasil e pode trazer benefícios para a economia do país.
Embora um acordo inicial tenha sido firmado há cinco anos, a medida não avançou até agora devido à pressão dos europeus. Alguns países da UE, especialmente a França, são contrários à abertura do mercado de forma a beneficiar os concorrentes do Mercosul.
No entanto, o sentimento predominante na Comissão Europeia era de que a UE já havia negociado o suficiente e que era hora de avançar para a próxima etapa.
De acordo com um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a assinatura do acordo pode resultar em um aumento de 0,46% no PIB brasileiro entre 2024 e 2040, além de um crescimento de 1,49% nos investimentos.
A presidente destacou que os padrões de saúde e alimentos da União Europeia permanecerão “intocáveis” e que os exportadores do Mercosul deverão cumpri-los “rigorosamente”.
“Esta é a realidade de um acordo que economizará 4 bilhões de euros em taxas de exportação por ano para empresas da União Europeia”.
Próxima etapa
O acordo ainda precisa ser submetido à votação pelo Conselho do Parlamento Europeu. Para ser aprovado, é necessário o apoio de no mínimo 15 dos 27 países membros do bloco, representando 65% da população da Europa. A votação decidirá a ratificação do tratado, após longas décadas de negociações.
VEJA TAMBÉM:
- Ceia de Natal: produtos ficam até 34% mais caros ao longo do ano no Brasil
- Embrapa moderniza sistema de logística com dados estratégicos para o agronegócio
- Queda na safra de cana-de-açúcar em São Paulo reflete desafios climáticos
ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.