As formas de financiamento do agronegócio evoluíram nos últimos anos e trazem novas opções tanto para investidores interessados em aplicar recursos no setor.
O agronegócio brasileiro se consolidou como um dos principais propulsores da economia nacional e é referência na produção de alimentos em todo o mundo. Cada vez mais tecnológico e inovador, o setor requer amplo acesso as fontes de financiamentos para seguir em expansão. O tema foi pauta dos debates da Mercoagro, na última quinta-feira (14), com o roadshow “O Agro e o Mercado de Capitais”.
Para a coordenadora da Comissão de Securitização da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), Flavia Palacios, o encontro teve por propósito divulgar os instrumentos de créditos disponíveis para o setor, que tanto cresceram nos últimos anos, a exemplo do Fiagro, o Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais. “Mostramos exemplos de aplicabilidade desses instrumentos, como uma alternativa eficiente para financiamentos do agronegócio”, pontuou Flavia.
As formas de financiamento do agronegócio evoluíram nos últimos anos e trazem novas opções tanto para investidores interessados em aplicar recursos no setor, quanto para produtores que precisam de crédito para aperfeiçoar seus negócios. De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro de Direito do Agronegócio (IBDA), Renato Buranello, hoje o mercado vive uma mudança de paradigma, que vem para ampliar as fontes de financiamento por meio de uma maior participação de alternativas privadas, que contam também com apoio de ferramentas públicas.
“Queremos apresentar quais instrumentos do mercado de capitais que conseguem chegar no produtor rural, como o Fiagro, criado em 2021. O objetivo é mostrar para o produtor rural que existe uma outra opção de financiamento, que não aquele crédito bancário tradicional. Temos levado esse aculturamento para o produtor e para os investidores do agro”, detalhou o superintendente de Securitização, Investimentos Estruturados e Agronegócio na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Bruno Gomes.
Ao explicar as características desse novo sistema de financiamento, Buranello ressaltou que o propósito não é substituir o modelo tradicional de crédito, mas somar ao sistema já existente para oferecer mais uma opção para o produtor captar recursos. “As políticas e os instrumentos que conhecíamos até então continuarão existindo, porém, com o mercado de capitais poderemos ir mais longe, tanto em volume, quanto em prazo das operações e maior concorrência de taxas”.
Segundo o ex-deputado federal e representante do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), Christino Áureo, estima-se que somente em torno de um terço da demanda de crédito no Brasil seja atendida anualmente. “Então, nós temos uma longa estrada para percorrer, para atender essa necessidade através de instrumentos de crédito mais modernos”.
Uma particularidade importante a ser considerada, ressaltou Áureo, é que a cadeia de proteína animal demanda de crédito direcionado para investimentos de longo prazo, portanto, uma das vantagens das linhas de crédito do Fiagro e do mercado de capitais é oferecer alternativas personalizadas, de acordo com a necessidade do cliente. “Não é tanto um produto de prateleira como é o crédito tradicional”.
O objetivo desses fundos de investimento é impulsionar o agronegócio ofertando diferentes modalidades e contemplando diversos perfis de produtores rurais, seja pequeno, grande ou médio. “Todos podem ser contemplados. É claro que aqueles que têm balanços e dados financeiros mais organizados, provavelmente terão mais facilidade para acessar o crédito, mas quem não se encaixa nessa realidade não está excluído. Nossa intenção é desmistificar isso e abranger a todos”, concluiu Buranello.
Fonte: Assessoria Mercoagro
ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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