No mercado futuro, os contratos de boi gordo apresentam uma tendência de alta consistente, refletindo otimismo em relação ao segundo semestre; confira as cotações
O mercado físico do boi gordo mostrou uma recuperação significativa na quinta-feira (20), com negociações superando a média de referência. Em São Paulo, algumas transações foram fechadas a valores acima de R$ 225 por arroba, a prazo. Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado, destacou a importância da movimentação cambial neste cenário, que tem incentivado frigoríficos exportadores a manterem os preços elevados.
Entretanto, de acordo com a Agrifatto, os quatro primeiros dias desta semana, as negociações de carne bovina (com e sem osso) no varejo/atacado de São Paulo registraram rotatividade lenta, informa a consultoria, que monitora diariamente o mercado pecuário em 17 praças brasileiras. “Com a venda curta pela diminuição de consumo, que é típica das segundas quinzenas (período de menor poder aquisitivo da população), além da escassez de pedidos para reposição dos estoques no varejo, ainda restam mercadorias estacionadas nos pontos de distribuição, sem previsão de descarga”, observa a consultoria.
Tal conjuntura no mercado da proteína bovina, dizem os analistas, ajuda a reduzir o apetite das indústrias pela matéria-prima (boiadas gordas), o que resulta em poucos negócios efetivados nas praças brasileiras e, consequentemente, na manutenção da tendência de estabilidade nos preços da arroba.
De acordo com dados apurados pela Agrifatto, a cotação do boi gordo (média entre o animal “comum” e o “boi-China”) segue valendo R$ 220 no Estado de São Paulo. “Todas as 17 praças acompanhadas mantiveram as suas cotações estáveis”, ressalta a Agrifatto.
A Scot Consultoria também detectou estabilidade nas cotações do boi paulista, que continua cotado em R$ 217/@, no prazo (animal “comum”, sem prêmio-exportação). “Os vendedores procuram maneiras de sustentar os preços”, observa a Scot. A arroba do “boi China” (mercado de SP) é negociada por R$ 220, com ágio de R$ 3/@ sobre o boi “comum”.
No mercado futuro, os contratos de boi gordo apresentam uma tendência de alta consistente, refletindo otimismo em relação ao segundo semestre. Em 20 de junho de 2024, o Indicador do Boi Gordo CEPEA/B3 registrou um valor de R$ 223,60 por arroba, com uma variação diária positiva de 0,45% e um aumento mensal de 1,11%. Em dólares, o valor foi de US$ 41,29. Esses números indicam expectativas de valorização do boi gordo, impulsionadas pela demanda crescente e pela dinâmica favorável do mercado cambial.
Preços do boi gordo apurados pela Agrifatto:
São Paulo — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abates de doze dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de catorze dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de oito dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$207,50. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de dez dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$200,00. Média de R$200,00. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de nove dias;
Pará — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$200,00. Média de R$200,00. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de onze dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de dez dias;
Rondônia — O boi vale R$185,00 a arroba. Vaca a R$170,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de treze dias;
Maranhão — O boi vale R$195,00 por arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de doze dias;
Paraná — O boi vale R$220,00 por arroba. Vaca a R$195,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de oito dias
Mercado atacadista
No mercado atacadista, os preços da carne bovina permanecem acomodados, com expectativas de recuperação no início do próximo mês. A entrada dos salários na economia é um fator que deve motivar a reposição ao longo da cadeia produtiva, trazendo um impulso nos preços. A carne bovina continua a ganhar competitividade em relação a outras proteínas, especialmente a carne de frango. Atualmente, o quarto traseiro está precificado a R$ 17 por quilo, enquanto a ponta de agulha e o quarto dianteiro permanecem a R$ 12,50 por quilo.
Câmbio
O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,35% na quinta-feira (20), sendo cotado a R$ 5,4607 para venda e R$ 5,4587 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,3857 e a máxima de R$ 5,4684. Essa valorização do dólar influencia diretamente os frigoríficos exportadores, tornando as exportações mais lucrativas e contribuindo para a sustentação dos preços do boi gordo no mercado interno.
Escrito por Compre Rural.
VEJA TAMBÉM:
ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.
