“A estratégia de retenção adotada pelos pecuaristas, aliada às condições satisfatórias das pastagens, mantém os preços firmes”, menciona o especialista. Além disso, o mercado futuro do boi gordo apresentou sinais importantes; confira
O mercado físico do boi gordo voltou a registrar preços estáveis ao longo da cadeia produtiva, de acordo com análise da Consultoria Safras & Mercado. O analista Fernando Henrique Iglesias aponta que as escalas de abate estão melhorando em alguns estados, como São Paulo, Goiás e Rondônia, mas ainda não há elementos para uma retração contundente dos preços.
“A estratégia de retenção adotada pelos pecuaristas, aliada às condições satisfatórias das pastagens, mantém os preços firmes“, destaca Iglesias. Ele ressalta que o bom volume de chuvas em abril ofereceu suporte a essa estratégia.
Apesar do avanço do outono, o mercado do boi gordo segue firme, com a exportação aquecida e uma oferta (de boiada gorda) mais morosa, também confirma o zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria. Neste mês, até a terceira semana, 155,9 mil toneladas de carne bovina in natura foram exportadas, volume, na média diária, 70,0% superior ao registrado em abril/23, informa Fabbri, citando dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
“Até o fim de abril, os embarques devem consolidar um novo recorde mensal”, antecipa o analista, que acrescenta: “O câmbio firme colabora para o setor de exportação; com o real depreciado, ganhamos em competitividade”.
Segundo Fabbri, a grande pergunta que fica é “se a atual firmeza às cotações do boi gordo veio para ficar? A sinalização (dos preços) no mercado futuro revela que sim”, sugere o analista.
Considerando o indicador Cepea/Esalq, a referência no mercado físico (24/4/24) foi de R$ 232,60/@. No mercado futuro (B3), a sinalização (fechamento de 24/4/24) é de um mercado firme para maio (R$ 232,95/@) e para junho (R$ 233,55/@).
Dessa forma, as condições favoráveis de custos com alimentação e os preços estáveis de reposição oferecem uma sinalização positiva para os pecuaristas. A perspectiva de uma oferta promissora no segundo semestre, juntamente com a firmeza das cotações, torna o cenário favorável para os criadores.
Preços do boi gordo
São Paulo — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$230,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abates de dez dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de dez dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de oito dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de oito dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias;
Pará — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de onze dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de oito dias;
Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de doze dias;
Maranhão — O boi vale R$210,00 por arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de dez dias;
Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de oito dias.
No dia 25 de abril de 2024, o indicador do boi gordo do Cepea/B3 registrou o valor de R$ 233,15 por arroba. A variação diária foi de 0,24%, enquanto a variação mensal ficou em 0,37%. Convertendo para dólares, o valor ficou em US$ 45,14.
Mercado atacadista
No mercado atacadista, os preços da carne bovina se mantiveram estáveis, com o quarto traseiro precificado a R$ 17,50 por quilo, o quarto dianteiro a R$ 14,00 por quilo e a ponta de agulha a R$ 13,00 por quilo. Apesar da estabilidade, há um viés de queda de preços no curtíssimo prazo, devido a uma semana ainda fraca em termos de consumo. No entanto, as expectativas são de uma possível recuperação devido ao Dia das Mães, que historicamente impulsiona o consumo na primeira quinzena do mês.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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