A colheita da primeira safra 2023/24 está em andamento e já pressiona as cotações com a maior oferta, exceto para o feijão.
O mercado de feijão carioca nesta semana teve uma oferta mais restrita, com apenas 7,5 mil sacas disponíveis, e 42% desse total negociado. Segundo o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira, o cenário predominante é de calmaria, influenciado pela proximidade das festividades de fim de ano e pelo início das férias coletivas de muitas empresas.
A média da saca do feijão carioca extra nota 9 na Bolsinha paulista encerrou a semana cotada a R$ 345,00, sem alterações em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, teve alta de aproximadamente 30,19%. Quando comparado ao mesmo período de 2022, houve um decréscimo de 16,36%.
Oferta
A colheita da primeira safra 2023/24 está em andamento e já pressiona as cotações com a maior oferta, exceto para o feijão carioca extra de boa qualidade, que permanece escasso. A bolsa operou apenas até metade da semana, reduzindo ainda mais a liquidez de um mercado já minimamente ativo.
Oliveira destacou a variação nos preços do feijão carioca da cultivar Dama, com lotes de escurecimento lento alcançando valores superiores a R$ 320,00 por saca, enquanto variedades com escurecimento normal, grãos miúdos e defeitos são cotadas abaixo de R$ 310,00 por saca.
“O volume ofertado foi reduzido, levando a uma pausa nos negócios e o mercado entrou em ritmo de recessão. Corretores indicam a necessidade de conceder descontos em casos de venda”, disse.
Projeções
As projeções para 2024 apontam para um cenário inédito nas culturas irrigadas, sugerindo que o Brasil pode enfrentar um dos menores volumes de feijão em estoque da história no início do ano vindouro. A escassez de produto armazenado indica dificuldades significativas no abastecimento futuro, especialmente considerando a declaração de calamidade pública em diversos municípios, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, devido à seca.
Apesar da estabilidade atual e da demanda retraída, espera-se uma possível oscilação para um cenário mais firme, especialmente com o retorno das atividades após os recessos, previsto para a segunda metade de janeiro e início de fevereiro.
Feijão preto
O analista afirmou que o feijão preto apresentou um volume razoável de amostras no início desta semana. Os preços, porém, recuaram, diante da falta de interesse dos compradores e da pressão de oferta em virtude da ceifa paranaense.
“Cerca de 3 mil sacas foram ofertadas, mas a demanda se manteve baixa, refletindo o impacto das festividades de final de ano no ritmo da comercialização”, relatou.
Oliveira disse, ainda, que com o início da colheita da primeira safra 2023/24 no sul do país, onde o feijão preto é predominantemente produzido, as perspectivas de uma possível reação nas cotações são limitadas. A maioria das ofertas ainda é de mercadoria importada, e a dificuldade em obter lotes é notável.
Volume
No início deste ano, o feijão preto desempenhou um papel importante ao atenuar o impacto do menor volume produzido pelo feijão carioca. As vendas desta variedade alcançaram volumes satisfatórios em empacotadores e no setor varejista em diversas regiões do país. Ainda assim, as negociações por até R$ 320,00 por saca FOB no sul do Paraná foram reportadas ao longo da semana, indicando que a demanda por lotes dessa variedade persiste.
No entanto, o volume colhido até o momento não foi suficiente para a queda esperada nos indicativos do feijão preto, e a tendência é que essa redução não ocorra em volume significativo entre os feriados. A comercialização permanece desafiadora, e a dinâmica do mercado está condicionada à oferta disponível e ao comportamento dos compradores, que, nesta semana, demonstraram relutância em participar ativamente.
Fonte: Agência Safras
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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