Estimativas de especialista indicam vendas globais da ordem de US$ 4 bilhões, em 2019. Mercado será um dos temas do Biocontrol Latam 2019, a ser realizado no final de agosto, em Campinas/SP.
As perspectivas mundiais da indústria de biodefensivos para a agricultura são bastante animadoras. Em grande parte, o otimismo decorre de um consumidor que demanda alimentos mais seguros, produzidos com soluções baseadas em substâncias de baixo impacto e sustentável. A avaliação é de Nicolas Cock Duque, presidente do BPG – BioProtection Global, a federação mundial que congrega as associações de indústrias de biocontrole. “Diferentes fontes sugerem que o mercado global de biodefensivos e biopesticida ultrapassará vendas anuais de US$ 4 bilhões em 2019”, afirmou Duque. Concretizada tal expectativa, o crescimento será expressivo, pois em 2016, o segmento movimentou cerca de US$ 2,5 bilhões.
O executivo será um dos palestrantes do Biocontrol Latan 2019, mais importante encontro mundial da indústria de defensivos biológicos, que é organizado pela New AG International, em parceria com a ABCBio – Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico, e será realizado entre os dias 28 e 30 de agosto, em Campinas/SP. Na avaliação de Duque, que no evento abordará o tema Desafios da Bioproteção e Contribuições para Alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas em 2030, para se conseguir atender a demanda de alimentos seguros e produzidos de forma sustentável para uma população mundial de 9 bilhões de habitantes, prevista para 2050, será necessário ampliar significativamente as taxas de adoção de defensivos biológicos, “especialmente considerando os desafios das mudanças climáticas e os limites planetários”.
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Para o palestrante, as boas perspectivas mundiais do segmento também se aplicam ao Brasil que, a seu ver, tem papel decisivo tanto no fornecimento de alimentos para o mundo, quanto no desenvolvimento de novas tecnologias de biodefesa vegetal. “A América Latina, juntamente com a áfrica Subsaariana, são as regiões com o maior potencial de terras aráveis a serem usadas ou restauradas com a ajuda de soluções biorregenerativas”, observou Duque.
No que diz respeito ao convívio entre defensivos convencionais e biológicos, o presidente do BPG diz que ambas são tecnologias que podem conviver harmonicamente. “Elas são soluções complementares e sinérgicas para que se consiga alcançar a verdadeira agricultura sustentável, a fim de garantir alimentos seguros para todos em um planeta climática e biologicamente equilibrado”, resumiu. Já sobre a uma harmonização mundial de padrões regulatórios no segmento, Duque entende haver ainda um trabalho em andamento. “Acredito que um dos objetivos deve ser a aceitação de culturas tratadas com biodefesa no comércio internacional, sem restrições quantitativas, assim como produtos orgânicos são mutuamente reconhecidos por meio de acordos internacionais”, ponderou, acrescentando que isenção de tolerância ou LMR (limite máximo de resíduos) não significa “sem resíduos”, mas sem resíduos de preocupações toxicológicas.
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Por fim, Duque disse esperar que o Biocontrol Latam 2019 se consagre como o evento regional de biodefesa mais relevante do ano. “Depois de duas reuniões muito bem-sucedidas em Campinas, em 2017, e em Medellín, na Colômbia, em 2018, ele evoluiu para o encontro do qual todos os interessados da indústria de biodefensivos devem participar, incluindo distribuidores, produtores, reguladores, pesquisadores, estudantes e a cadeia alimentar de modo geral. É um evento ideal para aprender, para fazer network e obter atualizações abrangentes a respeito do setor”, concluiu.