O USDA deve atualizar sua projeção para a safra dos Estados Unidos na quarta-feira, 12. Dependendo dos números, Chicago pode cair.
A consultoria Safras & Mercado preparou um relatório especial com os principais pontos que podem influenciar os preços da soja na Bolsa de Chicago e, consequentemente, no Brasil.
Além da pandemia de Covid-19, que segue no radar do mercado, players também estão de olho nos números da temporada americana e nas tensões entre Estados e China, que podem influenciar a demanda asiática pela produção norte-americana.
Confira uma análise detalhada desses e de outros pontos feita pelo consultor Luiz Fernando Roque.
- Os últimos dias trouxeram um sentimento um pouco mais positivo com relação à pandemia. Embora o número de casos continue crescendo nos EUA, o temor de uma possível segunda onda da doença ao redor do mundo começa a diminuir;
- Além disso, os dados econômicos das principais potências já começam a demonstrar uma certa recuperação para a economia mundial, indicando que o pior, aparentemente, já passou;
- O clima continua sendo positivo para o desenvolvimento da nova safra de soja norte-americana. Ao longo de julho, as condições das lavouras melhoraram muito, e as previsões não apontam para um clima desfavorável nas próximas semanas;
- Diante da melhora nas condições das lavouras, o relatório do USDA de agosto, que será divulgado no próximo dia 12, deve trazer aumento na estimativa de produção norte-americana;
- Tal fato pesa sobre Chicago, impedindo o rompimento da linha de US$ 9 nas primeiras posições. A safra dos EUA poderá se aproximar de 115 milhões de toneladas;
- Nos últimos dias, também pesou negativamente sobre Chicago a diminuição nos registros semanais de vendas dos EUA para exportação. A China, embora permaneça comprando soja norte-americana, ainda não elevou de forma relevante suas compras;
- Os chineses ainda mantêm parte de sua demanda voltada para a soja brasileira. Apesar disso, com o esgotamento dos estoques no Brasil, a tendência é vermos as compras chinesas de soja dos EUA crescendo nas próximas semanas. Isso pode impedir o teste de patamares ainda mais baixos em Chicago, embora o momento seja de pressão negativa.
- Fechando o quadro negativo para Chicago, nos últimos dias tivemos um aumento das tensões políticas e comerciais entre EUA e China, o que volta a colocar em xeque o cumprimento do acordo comercial assinado em janeiro.