Mercado da arroba do boi gordo segue sonolento, mas com boa notícia

Após um janeiro fraco para o mercado do boi gordo e mercado físico pressionado negativamente pelos frigoríficos, pecuaristas esperam um fevereiro melhor

Após uma semana que o mercado físico foi pressionando negativamente pelos frigoríficos, nesta segunda-feira (05/02), o mercado dá indícios de firmeza, com a maioria das praças pecuárias monitoradas apresentando estabilidade. A expectativa é que haja movimentações positivas ao longo da semana com a chegada de fevereiro e a aproximação do carnaval, fazendo com o que o escoamento no mercado doméstico possa melhorar.

São Paulo teve valorização diária de 0,3%, com o boi gordo cotado a R$ 239,20/@. Na B3, o vencimento para fev/24 teve ajuste negativo de 0,04%, na comparação feita dia-a-dia, com a arroba precificada a R$ 240,15.

No mercado de carne com osso, o escoamento no varejo é considerado positivo, há uma boa demanda por dianteiros e boi castrado, a tendência é que os preços para a próxima negociação fiquem estáveis e com boa sustentação. O dianteiro do boi castrado e inteiro é negociado a R$ 13,50/kg.

Qual a boa notícia da semana?

Após uma análise da Agência Canadense de Inspeção Alimentar (CFIA), o Brasil, através do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), obteve autorização para aumentar a exportação de carne bovina para o Canadá. A aprovação veio após a avaliação de que certas regiões brasileiras foram reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH) como livres de febre aftosa sem a necessidade de vacinação.

Com essa aprovação, estados como Acre, Paraná, Rio Grande do Sul e Rondônia, além de partes do Amazonas e Mato Grosso, podem agora exportar carne bovina processada para o Canadá. Santa Catarina, previamente habilitada, e outros estados que realizam vacinação contra a febre aftosa também são elegíveis. É necessário a atualização dos certificados de exportação para atender aos requisitos.

Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, destacou a importância da decisão para o agronegócio brasileiro e a posição do Brasil no mercado global, graças ao reconhecimento da qualidade da carne brasileira e ao cumprimento das normas sanitárias internacionais.

Um janeiro fraco para o mercado do boi gordo

No mês de janeiro, o mercado do boi gordo registrou uma leve queda nos preços, conforme análise de Fernando Iglesias, da Safras & Mercado. A principal razão para essa baixa foi a dificuldade na venda da carne, especialmente dos cortes traseiros, que tiveram uma retração significativa.

Iglesias aponta que a demanda por carne bovina foi baixa no início do ano, um cenário comum quando há uma redução no poder de compra da população, que busca alternativas mais em conta. Diante disso, os frigoríficos pressionaram o mercado, levando à diminuição dos preços da arroba. No entanto, os pecuaristas conseguiram ajustar o ritmo dos negócios para minimizar as perdas.

Os preços em diferentes estados apresentaram variações, com São Paulo e Minas Gerais registrando quedas de 2,04% e 2%, respectivamente, enquanto Mato Grosso viu um aumento de 1,42%. Mato Grosso do Sul viu o preço estável. Para fevereiro, espera-se uma recuperação lenta nas vendas de carne, o que poderia elevar os preços, ainda que modestamente.

Quanto às exportações, o Brasil obteve US$ 757,885 milhões com a venda de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada, um aumento de 13,1% no valor médio diário em comparação com janeiro de 2023. A quantidade exportada subiu 21,5%, mas o preço médio por tonelada caiu 6,9%, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior.

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