Melhoramento genético para aumentar lucro no campo é debatido na 1ª Fenagen; especialistas orientam uso de dados do Promebo na escolha do touro adequado à propriedade
A 1° Feira Nacional de Genética Promebo-Fenagen, promovida pela Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC), teve continuidade nesta sexta-feira, 02 de agosto, com a Capacitação ATeG – Senar – no Auditório Luiz Alberto Fries. A Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) é um serviço gratuito oferecido ao produtor rural pelo Senar. Tem foco na geração de renda, melhoria da produção e da gestão rural. A feira acontece até dia 4, domingo, na Associação Rural de Pelotas (RS).
Na abertura, o supervisor regional do Senar, Giovani Bolzoni, referiu a expectativa de que as palestras de hoje tenham servido para melhorar cada vez mais a genética dos rebanhos. “Embora o nosso rebanho no Rio Grande do Sul tenha reduzido, ainda temos o melhor produto em termos de qualidade”, afirmou.
A primeira palestra foi sobre “A Importância do Melhoramento Genético”, com a Superintendente de Registro da Associação Nacional de Criadores (ANC), a zootecnista Silvia Freitas. Inicialmente ela destacou o trabalho dos consultores do ATeG Senar no contato direto com o produtor rural, sobretudo junto aos pequenos produtores. Silvia fez também uma retrospectiva dos trabalhos do Promebo nestes 50 anos.
Na sequência, a Superintendente de Registro da ANC também fez um histórico da Associação que, segundo ela, é “um cartório de registro genealógico”, e destacou a importância do Promebo como instrumento de informação sobre o touro que tenha o melhor desempenho genealógico, “mesmo não sendo o touro visualmente mais atraente”. Na Fenagen, as características genealógicas dos touros têm um peso de 70% na avaliação e o fenótipo, 30%.
Sobre características genealógicas, Silvia destacou como um fator fundamental a ferramenta de acasalamento para um produto final de qualidade. “Saber acasalar para produzir mais. Essa escolha deve ser assertiva, no sentido de trazer lucratividade à propriedade. Porque no momento em que se acasala uma matriz e um reprodutor, deve-se pensar em características de carcaça e o Promebo entrega isso, e é importante saber interpretar essa informação”, orientou. Segundo Silvia, o pecuarista deve se colocar no papel de principal responsável por abastecer um mercado cada vez mais exigente como o nosso.
Neste sentido, a palestrante reforçou que o Promebo contribui com este contexto na entrega dos resultados. O Programa gera esses dados a partir de visitas técnicas de campo quando avaliadores de todo o Brasil coletam as características das matrizes. E é fundamental que o produtor saiba adquirir o touro de acordo com a atividade fim da propriedade. É possível conferir todos os resultados atualizados sobre características genéticas de touros no site da ANC.
A segunda palestra teve como tema “O Promebo na Visão de um Avaliador”, com o avaliador do Promebo, o médico veterinário Leandro da Silveira Hackbart. O especialista destacou a evolução do Promebo ao longo dos anos, o que possibilitou que o produtor passasse a ver o programa efetivamente como uma ferramenta de melhoramento genético, a partir da avaliação também das fêmeas, por exemplo, e a consequente seleção de touros por perfil genético. Hackbart também citou todas as ferramentas disponíveis no Promebo para que o produtor sempre trabalhe com dados atualizados e fundamentados. “Mudaram os objetivos comerciais ao longo do tempo, no entanto, todo o produtor deve ser um selecionador, a partir do conhecimento e embasamento dos dados fornecidos pelo Promebo”, destacou.
Na terceira palestra, cujo tema foi “Usando Avaliações Genéticas e Sumários de Touros Para Aumentar a Lucratividade na Pecuária de Corte”, falou o Chefe Geral da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Cardoso. O especialista iniciou indagando justamente como trazer foco econômico a partir do melhoramento genético. Cardoso elencou uma série de dados científicos relativos ao Promebo e orientou como o produtor pode usar esses dados vinculados à genética de touros para escolher o exemplar mais adequado ao fim comercial da propriedade. “A gente precisa escolher bem como vamos definir essas metas para o rebanho, tomar as decisões de seleção com base nesses objetivos traçados e usando todas as ferramentas disponíveis considerando o sistema de produção e de mercado”, orientou.
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