Fábrica de fertilizantes de Três Lagoas volta a ser prioridade do Governo Lula; Com Simone Tebet como ministra, UFN3 levará menos de dois anos para poder iniciar as operações, prevê autoridade. Confira abaixo!
O Conselho de Administração da Petrobras deve discutir neste mês os planos para retomar a construção de uma fábrica de fertilizantes nitrogenados em Mato Grosso do Sul, disseram duas autoridades à Reuters. Jaime Verruck, secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento, disse que espera que a Petrobras conclua a construção da unidade na cidade de Três Lagoas após obter autorização do conselho.
A Petrobras se recusou a comentar a possibilidade de retomar o projeto, que foi interrompido em 2014 com cerca de um quinto das obras previstas ainda por fazer. A construção da UFN-III teve início em setembro de 2011, mas foi interrompida em dezembro de 2014, com avanço físico de cerca de 81%. Após concluída, a unidade terá capacidade projetada de produção de ureia e amônia de 3.600 t/dia e 2.200 t/dia, respectivamente.
No mês passado, a empresa informou que estava cancelando o processo competitivo para a venda integral da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III, que estava em fase vinculante. “A indicação no momento –mas isto depende da aprovação do Conselho de Administração — é a de que a própria Petrobras iria concluir as obras deste ativo”, disse Verruck à Reuters.
O investimento na produção de fertilizantes marcaria uma mudança dramática para a Petrobras, que passou anos tentando vender a fábrica de Três Lagoas e outros ativos semelhantes para se concentrar em campos de petróleo do pré-sal.
A presença da Petrobras no setor também significaria uma readequação do plano nacional de produção de fertilizantes, anunciado em março de 2022 para reduzir a dependência de importações. A administração da Petrobras, indicada pelo novo governo do Brasil, já sinalizou planos para aumentar os investimentos e diversificar as operações da empresa para além de petróleo e gás.
José Moraes, secretário municipal de Desenvolvimento de Três Lagoas, disse que as autoridades locais estão entusiasmadas com o empreendimento de fertilizantes.
“A perspectiva é a melhor possível”, disse Moraes, acrescentando que as autoridades locais “vão se empenhar cada vez mais” para levar o projeto adiante. Devido à paralisação prolongada da construção, contudo, muito terá de ser refeito, disse Moraes. Durante esses anos, a Petrobras fez apenas a manutenção dos equipamentos no local, comentou.
Verruck disse que a fábrica pode ser concluída em dois anos, com capacidade para substituir o equivalente a 18% das importações de ureia do Brasil em 2022 e 12% das importações de amônia.
Moraes, que disse que as autoridades municipais participaram das conversas com a russa Acron quando a empresa negociava para comprar o ativo da Petrobras, comentou que o negócio fracassou em abril passado depois que o acordo do potencial comprador para comprar gás da Bolívia não vingou.
A atual ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), afirmou que essa será uma prioridade em sua gestão. “Estou esperando a publicação da nomeação do novo presidente da Petrobras, senador Jean Paul Prates (PT-RN), que é meu amigo do Senado, para tratar sobre a retomada dessa obra. Fui informada que, antes de assumir o cargo, ele terá de ser ainda aprovado pelo conselho da estatal, para só então ser empossado, o que deve acontecer somente em fevereiro”, detalhou Tebet.
Fábrica de Três Lagoas reduzirá em 30% a importação de fertilizantes
Obra emblemática de Mato Grosso do Sul pode reduzir a importação de fertilizantes do País. A Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3) tem capacidade para produzir 30,4% do total de fertilizantes nitrogenados utilizados no Brasil em 2022.
De acordo com dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), a produção anual da UFN3, quando em pleno funcionamento, será de 1,3 milhão de toneladas, ou seja, 18,3% do total importado pelo país no ano passado.
Quando levado em conta o outro fertilizante que será produzido em Três Lagoas, a amônia, foram a produção anual da indústria será de aproximadamente 12,1% do total importado. Portanto, considerando os dois fertilizantes, são 30,4% desses insumos que deixariam de ser comprados no exterior.
Portanto, considerando os dois fertilizantes, são 30,4% desses insumos que deixariam de ser comprados no exterior.
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“A UFN3 realmente responderia por 18,3% da ureia do Brasil e 12,15% da amônia. Então, realmente é um projeto importante para reduzir substancialmente a dependência do Brasil da importação de ureia e amônia”, disse o titular da Semadesc, Jaime Verruck.
Em meados de janeiro, o ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, disse que o governo deve retomar a política nacional de fertilizantes, com a conclusão das obras paralisadas. De acordo com o ministro, as fábricas inativas poderiam aumentar a produção nacional de fertilizantes em 62%.
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