4ª Conferência Mauricio Lerro 2024 deixou claro que o caminho para uma pecuária de corte mais lucrativa é a intensificação nas fases de cria e recria: “recria intensiva é um caminho sem volta”
A 4ª Conferência Mauricio Lerro, maior evento do agronegócio de São José do Rio Preto e região, foi marcada pela intensificação da pecuária nas fases de cria e recria. O evento aconteceu na última quinta-feira (14) no Buffet Villa Conte, localizado as margens da Rodovia Washington Luiz, em São José do Rio Preto. A conferência reuniu pecuaristas, pesquisadores e empresas do setor de todas as regiões do Brasil, trazendo à tona temas importantes relacionados à cria, recria, engorda de bovinos, gestão de pessoas, apresentação de máquinas e novas tecnologias do setor.
O evento que já é consagrado no noroeste paulista, proporcionou palestras com grandes nomes nacionais e internacionais do agronegócio e fomentou alternativas para equacionar os problemas da pecuária de corte no Brasil.
O portal Compre Rural entrevistou Mauricio Lerro durante o encontro, o organizador destacou a importância desse tipo de evento para o pecuarista. “Eu não sou pesquisador, sou extensionista. O meu papel é pegar o que está sendo feito na pesquisa e trazer o mais rápido possível para a extensão rural, nas mãos do pecuarista. A ideia do evento é unir informação de qualidade, para dar vantagens e resolver as dores dos pecuaristas brasileiros, trazer os pesquisadores e profissionais para falar sobre tecnologias e tendências com o objetivo de facilitar a vida do produtor rural” – ressaltou o organizador do evento.
Ficou bastante claro, principalmente com os primeiros palestrantes, que a intensificação não pode ficar retida somente na terminação do gado, e deve se estender nas fases de cria e recria. Um dos exemplos foi Rodrigo Silva Goulart, o primeiro palestrante que afirmou que o resultado do confinamento, depende das fases de cria e recria. Na sua explanação, o médico veterinário ressaltou a importância da qualidade dos animais, do fornecimento de nutrição adequada durante as fases de cria e recria e também ressaltou a importância de nutrir bem as matrizes para que ela possa produzir um bezerro de qualidade e alto desempenho.
Outro destaque do evento foi a apresentação das palestras que ficou a cargo do apresentador do podcast AGRO360, Rafael Vilella, o profissional destacou o formato revolucionário do evento, onde mesmo as palestras sendo de assuntos diferentes, se comunicavam entre si. “Acredito muito que devemos pensar no crescimento da evolução da tecnologias. Há muitas coisas que não serão substituídas, como um peão montado em um cavalo, até por conta da sua capacidade de resolver problemas do dia a dia, entretanto, precisamos estar preparados para as mudanças que a tecnologia irá proporcionar no campo, principalmente visualizando o que vai ser o futuro da pecuária no Brasil” – lembrou Rafael.
Rafael também destacou a oportunidade do agronegócio brasileiro, onde vemos que outros grandes países agrícolas não têm área para crescer, o Brasil tem nas mãos uma grande oportunidade. “Precisamos melhorar a taxa de desfrute das fêmeas no Brasil, mesmo a pecuária de corte passando atualmente por uma grande crise, acredito muito que o país é a bola da vez. A melhora da genética do nosso gado, o uso de boas tecnologias precisa se estender a mais produtores, sabemos que isso ainda é um gargalo enfrentado pela pecuária. Sabemos que o mundo precisa da gente, então devemos estar preparados para produzir ainda mais grãos e proteína animal” – destacou o apresentador.
“Foi um grande prazer participar de um dos maiores eventos de confinamento e pecuária de corte do Brasil. Por estar envolvido com a área de tecnologia, levando informação ao produtor rural, é fantástico ver que muitas destas tecnologias estão sendo empregadas nas fazendas pelo país, beneficiando produtores, animais e todos os envolvidos na cadeia pecuária, levando ao crescimento do setor como um todo. Observar que todas essas tecnologias, cada vez mais dentro das fazendas e confinamentos, me motiva para promover ainda mais o agro da porteira pra fora” – disse Tiago Bianco, sócio do podcast Agro360.
Mauricio Lerro também destacou o momento atual da pecuária de corte. “Precisamos escolher se nós vamos ver o copo meio cheio ou meio vazio. Eu sou muito entusiasmado sempre, então eu sempre vejo o copo de ar quase cheio, mesmo que ele esteja pela metade. Devemos entender o ciclo pecuário. Se a gente conseguir entender o ciclo pecuário, vai facilitar demais a nossa vida. Então, assim, vai subir boi esse ano? Não. Por quê? Porque o abate de fêmea está altíssimo, é só olhar os números de abate de fêmea, recorde atrás de recorde. E a fêmea que está indo para o abate ela concorre com o boi, logo, não vai subir boi. Quando a gente acha que vai subir? Quando subir o preço do bezerro. Porque daí começa a reter mais fêmea para cria, anima a fase de cria, e aí ela para de concorrer com o macho no frigorífico e aí sobe o boi. E a ideia nossa é que em 2025 já esteja virando a chave disso” – declarou Lerro.
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