Os altos preços de milho, farelo de soja, caroço do algodão e boi magro resultaram neste ano no menor número de bois terminados em confinamento em Mato Grosso desde 2010, quando os pecuaristas engordaram no cocho 592,83 mil animais, segundo levantamento feito pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). De acordo com a pesquisa, o Estado confinou este ano 615,89 mil cabeças de gado. Na comparação com 2015 foram 8,06% animais a menos.
Os dados fazem parte do terceiro e último levantamento de intenção de confinamento em 2016 no Estado, realizado ao longo do mês de outubro, com 182 confinadores.O Imea ressalta no relatório que, apesar da queda, a engorda confinada teve menos risco este ano, já que houve um aumento do uso das ferramentas de hedge, por meio dos contratos futuros do boi gordo na BM&FBovespa. A utilização desses instrumentos compôs 42,74% das negociações de bovinos confinados, segundo o instituto, a maior participação na história.
Isso ocorreu principalmente com os altos valores registrados em maio deste ano, para os contratos com vencimento em outubro, que ampliaram a negociação de animais a termo. No fim do primeiro semestre deste ano, o vencimento outubro chegou a atingir o pico de R$ 167,25, no dia 17 de maio. “Enquanto um produtor que negociou no mercado spot (balcão) em Mato Grosso durante o mês de outubro/16 recebia em média R$ 134/arroba, há relatos de pecuaristas que receberam até R$ 150/arroba por terem negociado a termo em meados do primeiro semestre”, diz o Imea.
Autoria: Estadão Conteúdo