Marfrig anuncia aquisição da americana National Beef

Negócio permitirá acesso a mercados em que a carne bovina brasileira não entra, como Japão e Coreia do Sul

A Marfrig Global Foods anunciou, nesta segunda-feira (9/4) a aquisição da companhia norte-americana de carne bovina National Beef. Em comunicado, a multinacional brasileira afirma que a compra a torna a segunda maior empresa processadora desse tipo de carne no mundo.

O valor do negócio foi calculado em US$ 969 milhões. A Mafrig passará a deter 51% do capital da National Beef, avaliada integralmente em US$ 2,3 bilhões. Agregando a nova subsidiária, a empresa passa a ter um faturamento consolidado de RS 43 bilhões, conforme o comunicado.

A direção da companhia informou que, com a aquisição, atinge dois objetivos de seu plano estratégico. O primeiro é reforçar sua posição no mercado de carne bovina. A National Beef pode exportar para cerca de 40 países, incluindo mercados fechados para a carne brasileiro, como Japão e Coreia do Sul.

O segundo é reduzir o nível de endividamento total da companhia, já que os resultados da subsidiária serão 100% consolidados no balanço. Nas contas da Marfrig, a relação entre a dívida líquida e a capacidade de geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) cairá de 4,55 vezes para 3,35 vezes.

“Teremos operações nos dois maiores mercados de carne bovina do mundo, chegaremos a países consumidores extremamente sofisticados e conseguimos crescer mantendo uma rigorosa disciplina financeira”, resume, na nota, o CEO da Marfrig, Martin Secco.

A National Beef foi fundada em 1992, com sede em Kansas City. Em 2017, a empresa registrou um faturamento de US$ 7,3 bilhões. Com 8,2 mil funcionários, tem capacidade de abater 12 mil cabeças de gado por dia.

Até agora, o controle acionário da processadora de carne estava com a Lecadia Nation Corporation. Depois da transação, a companhia passará a ter 31% do capital. A US Premium Beef, associação de produtores do país, ficará com outros 15%, restando 3% aos demais investidores.

De acordo com o comunicado da Marfrig, todos os outros sócios se comprometeram a continuar com ações da National Beef por um prazo de pelo menos cinco anos.

Não é a primeira investida de uma empresa brasileira para adquirir a companhia. Entre 2008 e 2009, a JBS tentou comprar a National Beef, mas o governo dos Estados Unidos vetou o negócio.

POR REDAÇÃO GLOBO RURAL

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