Maragogipe adquire rebanho com genética Jacarezinho

Matrizes passaram por um rigoroso critério de seleção para fertilidade, realizada durante décadas de estação de monta definida e curta.

Consolidada no mercado pecuário brasileiro pelo alto potencial de trabalho em melhoramento genético, a Agropecuária Maragogipe, associada DeltaGen, é pioneira no cruzamento industrial entre as raças Angus e Nelore no Estado do Mato Grosso do Sul e um dos principais criatórios de matrizes Nelore para obtenção de animais meio-sangue de alta performance. 

As quatro décadas dedicadas ao melhoramento genético e aprimoramento de manejo, dão à Maragogipe, cujo sócio-diretor é Wilson Brochmann, autonomia para inovar nas estratégias de evolução do rebanho. Prova disso, é o recente investimento no resgate genético, por meio da aquisição de matrizes do criatório da Agropecuária Jacarezinho (AJ).

As vacas, de diferenciado valor genético, foram trazidas da Fazenda Garimpo, localizada em Ribas do Rio Pardo/MS. Em meados de 2012, a propriedade formou seu rebanho a partir de fêmeas geneticamente superiores adquiridas da unidade da Jacarezinho em Valparaiso, interior de São Paulo. No período, a AJ estava no processo de transferência do gado da empresa da unidade de SP para a unidade de Cotegipe, na Bahia. 

De acordo com o veterinário Fernando Boveda, responsável técnico pelo plantel da Maragogipe, essas matrizes passaram por um rigoroso critério de seleção para fertilidade, realizada durante décadas de estação de monta definida e curta. 

Além disso, também foram submetidas a uma seleção para características de interesses econômicos, e resistiram a um crivo ainda mais forte para fertilidade, em uma estação de monta ainda mais restrita durante este período. 

“Na ocasião, além da fertilidade, o critério de seleção destas matrizes se baseou na performance produtiva. Animais superiores à média do rebanho para avaliação genética, com Índice Final (INDF) geral médio próximo a 10 pontos, 45% delas Deca 1, 9% acima de 20 pontos para INDF e 31% com CEIP; consistência genética e alta acurácia, tendo entre 6 a 12 crias avaliadas; precocidade sexual, sendo 36 do núcleo precoce; muita eficiência, rusticidade e funcionalidade para desempenho à pasto”, destaca o veterinário. 

Segundo ele, com esta diferenciada base genética preservada, norteados pelos mesmos critérios, foi dada continuidade às avaliações genéticas destas matrizes por meio do Gensys Consultores Associados.  Essas avaliações utilizaram touros provados e em teste de progênie, geneticamente superiores, dos principais programas de melhoramento existentes no país. Um deles foi a DeltaGen, que teve como umas das principais ferramentas o PAD (Programa de Acasalamento Dirigido).

MATRIZES MELHORADORAS 

A Jacarezinho, que desde sua criação focou nos critérios produtivos, foi pioneira no desafio de novilhas precoces e mesmo quando a tecnologia da inseminação artificial não era muito conhecida no Brasil e exigia grande esforço para sua implementação, já a utilizava em praticamente 100% do seu rebanho. 

Rodrigo Dias, gerente técnico da DeltaGen, destaca que essas matrizes adquiridas pela Maragogipe fizeram parte do rebanho pioneiro da DeltaGen e até mesmo do Brasil, quando se trata de melhoramento genético CEIP. 

“Resgatar esse importante trabalho com fêmeas reconhecidamente melhoradoras e com pedigree diferenciado, será mais um fator que contribuirá para a continuidade e prosperidade da Maragogipe no quesito melhoramento genético”, revela. 

Dias ressalta que a Maragogipe sempre buscou selecionar animais muito produtivos, capazes de ganhar peso, atingir peso de carcaça buscado, e terminar a carcaça o mais rápido possível. 

“Além de produzir e ter touros em centrais de coleta de sêmen sempre focou nas fêmeas, pois entende que elas são o maior patrimônio, prova disse é que grande parte das fêmeas que produzem os animais de cruzamento (Angus x Nelore) são matrizes que participaram do programa de melhoramento genético da DeltaGen. Vale lembrar que, uma vez que todos têm acesso ao sêmen de touros angus, o segredo para se produzir um animal mais produtivo e rentável está nas fêmeas”, finaliza. 

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