Uma máquina que classifica a resistência da madeira foi criada pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e, após oito anos, conquistou o registro de patente.
Onível de elasticidade de uma viga de madeira determina sua utilização no mercado de construção civil e moveleiro. Para ser utilizada na construção de uma casa, por exemplo, como viga ou pilar de sustentação, a madeira deve suportar a quantidade de quilos definida no cálculo estrutural pelo engenheiro. Mas como garantir essa qualidade no material?
Uma máquina que classifica a resistência da madeira foi criada pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e, após oito anos, conquistou o registro de patente pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
O pesquisador do Laboratório de Produtos Florestais e um dos inventores da máquina, Divino Teixeira, explica que o equipamento é de fácil operação, o que permite o transporte para inspeção em outras localidades, como madeireiras, e tem baixo custo de produção.
“A máquina é um equipamento hidráulico para classificação mecânica não destrutiva de peças de madeiras, ou seja, não causa nenhum dano à peça. Basicamente mede o nível de elasticidade, resistência da madeira para que seja possível classificá-la em agrupamento de lotes de peças, bem como eliminar as vigas com defeitos não visíveis, proporcionando funcionalidade, praticidade, economia e segurança”, declara.
A máquina é composta por uma armação de estrutura reforçada com cantoneiras de aço e dois apoios para a peça de madeira e rodízios para fácil movimentação. No centro da armação, há um sistema de aplicação de carga composto de macaco hidráulico e pistão cilíndrico hidráulico acionado por uma bomba manual ou elétrica. Aplicada de forma manual, a carga deforma (enverga) a peça. A deformação é medida por um instrumento e, com os dados, obtidos pode-se calcular a elasticidade da peça.
Na prática, a máquina proporcionará que o consumidor distinga qual o tipo de viga está comprando e a utilize da forma mais adequada. A classificação funcionará como o Selo Procel de desempenho energético, criado em 1993, que orienta o consumidor no ato da compra, indicando os produtos que apresentam os melhores níveis de eficiência energética dentro de cada categoria.
Normatização de madeira por classes
Segundo Teixeira, o momento para o recebimento da patente pela máquina “não poderia ser mais propício”. Há alguns anos em pauta, o tema de classificação de madeiras voltou a ser discutido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que instalou comitê específico de propositura de regulação da classificação de madeira serrada no Brasil.
“A classificação de vigas de madeira a partir da máquina criada por nós é um dos tipos de classificação mecânica que poderá ser utilizada nessa normatização da ABNT”, pontua com entusiasmo.
A Carta Patente da máquina para classificação de peças de madeira para uso estrutural foi publicada na edição 2628 da Revista da Propriedade Industrial do INPI, concedendo o prazo de 20 anos para exploração pelo SFB em todo o território nacional. O equipamento foi criado pelos pesquisadores do Laboratório de Produtos Florestais do SFB Mario Rabelo de Souza e Divino Eterno Teixeira.
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Como se trata de uma patente, seu uso comercial com fins lucrativos depende de autorização e pagamento de royalties. Já as instituições sem fins lucrativos como universidades podem solicitar a autorização de uso da máquina, independentemente do pagamento de royalties.
Com a patente concedida à máquina de classificação de madeiras, o Serviço Florestal Brasileiro obteve o segundo reconhecimento pelo INPI de invenção em dois anos. A primeira patente foi pela invenção de projeto que aproveita embalagens longa vida trituradas em mistura de materiais como cimento, gesso e madeira na produção de novos produtos.
Fonte: MAPA