Mapeamento feito pela Embrapa aponta áreas no PR com maior risco de catástrofes climáticas

Intenção é que dados integrem sistema da Defesa Civil e um grupo de auxílio seja criado para atuar em ações preventivas.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Florestas vai apresentar à Defesa Civil do Estado do Paraná um mapeamento das áreas de maior risco de impacto com catástrofes ambientais decorrentes de chuvas em excesso. A apresentação será feita nesta quarta-feira, 27, e a ideia é que a instituição possa reforçar as ações de prevenção contra enchentes, como as que aconteceram no Rio Grande do Sul entre maio deste ano. 

“Nós vamos apontar, do ponto de vista da Embrapa, algumas áreas que poderiam ampliar a prevenção da própria Defesa Civil, ampliar preventivamente as ações que tentem solucionar os efeitos de grandes catástrofes, como a que aconteceu no Rio Grande do Sul”, explica o pesquisador Gustavo Curcio. 

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A intenção é que isso suscite no governo estadual a criação de um comitê ou grupo de apoio à Defesa Civil. Como comenta Curcio, atualmente, o órgão já conta com uma estrutura de alerta, mas as informações de solos e vegetação aportadas pela Embrapa poderiam se somar a isso e auxiliar na criação de ações preventivas, como, por exemplo, rotas de fuga para os agricultores e populações ribeirinhas que vivem nesses vales. Além disso, o trabalho é mais estruturado para as zonas rurais.

Quais as áreas mais críticas?

São pelo menos três zonas consideradas de maior risco, de acordo com o mapeamento. Todas se concentram em regiões de vales, em que há uma condição de solos rasos, ou em uma formação de arenito, mais suscetível à voçorocas – erosões ou grandes buracos causados pela ação das chuvas. 

Bacia Hidrográfica Paraná III

Esta bacia tem extensão aproximada de oito mil quilômetros quadrados e é a maior das três bacias do Rio Paraná. Nesta área, o cuidado maior é nos vales do Rio São Francisco e Rio São Francisco Falso. Segundo o pesquisador, a presença de vales profundos nesta zona pode acarretar em deslizamentos massivos, potencializando os estragos.

Bacia do Rio Iguaçu

O levantamento mostra que mais especificamente o trecho do rio de União da Vitória até Foz do Iguaçu seria o mais crítico. “Tem vales muito encaixados e solos rasos. Se chover muito ali, uma grande parte desce”, completa  

Arenito Caiuá

Localizado na porção noroeste do estado, essa formação rochosa se estende por uma área de aproximadamente 3,1 milhão de hectares. O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) estima que nesta área há cerca de 40 mil propriedades rurais. O temor é com relação ao risco de erosão. “Lá tem as grandes voçorocas”, afirma Curcio. Em larga escala, isso poderia inviabilizar a produção agrícola da região. 

Outras áreas em monitoramento

Além dessas bacias e regiões, a Embrapa já fez o mapeamento de outras localidades no estado. É o caso da bacia do Rio Ivaí, onde se encontra a região do Segundo Planalto Paranaense. “Hoje no segundo planalto, nós já temos problemas com essa chuva atual”, revela. Além dessa zona, a bacia do rio Piquiri também está sendo analisada pela Embrapa.

Foto: Gustavo Curcio/Embrapa Florestas

Integração com a Defesa Civil do Paraná

Segundo o chefe do Centro Estadual de Gerência de Riscos da Defesa Civil, Anderson Gomes das Neves, esses mapas e análises de solo e vegetação poderão compor a base de dados. Neves vê a possibilidade de uma integração com o sistema GeoDC. Essa plataforma funciona de forma coordenada com outras instituições na geração de mapas para auxiliar na emissão de alertas. 

“Podemos dizer com certeza que o GeoDC é o mais robusto sistema de defesa civil do País, com muito mais dados, que nos permitem maior precisão nas ações. E tudo o que for produzido pela Embrapa poderá ser validado com o banco de dados da Defesa Civil para colaborar com o nosso protocolo de resposta. Ter este arcabouço técnico por trás nos permitirá tomar decisões mais assertivas”, diz o chefe do Centro em nota.

Fonte: Agro Estadão

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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