Em nota, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) diz que mantém comunicação com as autoridades chinesas para a retomada das exportações!
Na sua última entrevista, a Ministra Tereza Cristina, havia dito que não era questão política a manutenção dos embargos a carne bovina brasileira pela gigante asiática, dizendo ainda, que estaria próximo do fim as negociações. Entretanto, nesta semana, em nota divulgada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), afirmou no final da tarde desta quarta-feira, 10/11, que mantém aberta a comunicação com a China, mas sem ter previsão de reabertura para o mercado de carne bovina.
China é mercado garantido para os exportadores brasileiros de carne bovina, apontou o Rabobank, em seu relatório “Perspectivas para o Agronegócio Brasileiro em 2022”. Entretanto, a participação ainda maior do país asiático nos embarques nacionais de carnes elevam os riscos do setor pela forte dependência desse mercado, ponderam os analistas do banco.
Confira a nota na íntegra:
“O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tem mantido negociações com as autoridades chinesas, com realização de reuniões virtuais. O lado brasileiro tem fornecido, com celeridade, informações complementares atendendo às solicitadas das autoridades chinesas. As discussões têm sido produtivas, mas não há ainda data de retorno das exportações de carne bovina brasileiras para aquele país”.
Alguns analistas, ainda apostam em uma retomada do mercado chinês nas importações de carne bovina brasileira neste ano. Mesmo que em níveis mais baixos, assim como os patamares de preços, é observada uma maior necessidade por parte dos asiáticos em preencher os seus estoques neste momento de programação das festividades de fim de ano.
As exportações de carne bovina do Brasil para a China estão suspensas desde o dia 4 de setembro por decisão do Ministério da Agricultura. A interrupção foi decidida após serem identificados dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) – conhecida como “mal da vaca louca” – em Mato Grosso e Minas Gerais.
Diante dos resultados obtidos após análise da Organização Mundial de Saúde Animal, esses casos foram concluídos pela OIE por não representarem risco para a cadeia de produção bovina do país, informou o Mapa em 6 de setembro; o Brasil possui classificação como país de risco insignificante para a doença.
A expectativa inicial era de uma retomada breve dos embarques. Mas, com dois meses de embargo, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), estima um prejuízo de até US$ 1,8 bilhão se as exportações continuarem suspensas até dezembro. E a situação permanece um incógnita para o setor, afirmam analistas de mercado.
A China precisa da carne brasileira
Na avaliação da Rabobank, com o cenário de crescimento limitado da produção local, a única alternativa da China é aumentar as compras externas da proteína vermelha.
“E nesse sentido o Brasil está bem-posicionado no mercado chinês”, ressalta o banco, acrescentando: “Espera-se aumentos de demanda (chinesa) até pelo menos 2025”. No entanto, na visão dos analistas do banco, “a participação ainda maior da China nas exportações brasileiras de carnes elevam os riscos do setor pela forte dependência desse mercado”.
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Mesmo sem China, arroba volta a valorizar
O Indicador do Cepea, fechou a semana com uma valorização de 2,10%, fazendo com que o preço ficasse cotado a R$ 301,00/@, acumulando uma valorização de 17,08% no mês de novembro. Ainda dentro desse cenário, o boi brasileiro para a ser negociado na média de US$ 55,18/@.
Quando avaliado, os dados do Cepea, apontam que a arroba saltou de R$ 257,10/@ no último dia de outubro para o valor de R$ 301,00/@, como supracitado, apontando uma valorização R$ 43,90/@ no mês de novembro. Dessa forma, espera-se que os preços voltem a bater recorde nesta semana!