MAPA suspende frigoríficos envolvidos em operação

O Ministério da Agricultura informou nesta segunda-feira que já suspendeu para exportação a 12 países os frigoríficos envolvidos na Trapaça, mais nova fase da Operação Carne Fraca deflagrada hoje pela Polícia Federal (PF).

Os países importadores exigem requisitos sanitários específicos de controle e tipificação de Salmonella.

As plantas – até agora só se divulgou a BRF, mas já se sabe que outras empresas estão envolvidas – são alvo das investigações policiais que revelaram um esquema de fraudes, por cinco laboratórios, nas análises com Salmonella, bactéria muito comum em carne de frango, mas que pode ser letal dependendo do tipo.

Os laboratórios também tiveram seu credenciamento suspenso até o encerramento das investigações, o que poderá culminar com o cancelamento definitivo dessas habilitações, ainda informou o Ministério.

“As empresas [frigoríficos] investigadas burlavam a fiscalização preparando amostras, através dos laboratórios investigados, com o objetivo de esconder a condição sanitária dos lotes de animais e de produtos, evitando assim, uma medida corretiva do Serviço Oficial”, acrescentou a Pasta da Agricultura.

O Ministério ainda confirmou que sua Secretaria de Defesa Agropecuária já vinha trabalhando em conjunto com a PF para “desvendar” esse esquema de fraudes que poderia “comprometer o sucesso de programas higiênico-sanitários no Brasil”.

Como medidas complementares de fiscalização, o Ministério também avisou que decidiu aumentar a frequência das amostragens realizadas com salmonella para as empresas envolvidas.

Segundo disse ao Valor o secretário de Defesa Agropecuária, Luís Eduardo Rangel, foi identificado que os laboratórios fraudavam os testes para que a incidência de salmonella nas amostras realizadas fosse inferior ao permitido pelo Ministério.

Desde o fim de 2016, uma instrução normativa apertou o cerco a esses laboratórios e passou a prever que o Ministério também validasse os testes feitos antes pelos laboratórios, o que acabou comprovando em muitos casos que os índices informados pelos laboratórios (cerca de 4%) estavam muito abaixo dos 17% atestados pelos Lanagro, rede de laboratórios oficiais do Ministério.

Com informações do Valor.

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