O secretário de Política Agrícola, Neri Geller, mencionou em uma reunião que o Ministério está avaliando a criação de uma linha de crédito para a renegociação de custeios em dólar.
Preços em declínio, colapso na produção de soja e restrições no acesso ao financiamento. Estes foram alguns dos problemas expostos pelos representantes do setor produtivo de Mato Grosso durante uma reunião em Cuiabá na segunda-feira (15), com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Neri Geller.
O encontro, que ocorreu na sede do Sistema Famato, congregou membros das organizações que formam o Fórum Agro.
Neri Geller anunciou a realização de várias reuniões nos próximos dias em todos os estados produtores. Ele ressaltou a importância de “iniciar a articulação de diálogos e identificação de demandas do setor”.
O secretário do Mapa reconheceu a compreensão da situação enfrentada por Mato Grosso e outros estados do Centro-Oeste, impactados por condições climáticas adversas decorrentes do El Niño, resultando em seca intensa e escassez de chuvas.
Estamos cientes da problemática da depreciação dos preços. Mesmo diante da redução na produção no Centro-Oeste devido à seca, prevê-se um acúmulo significativo de estoques, uma vez que a Argentina e o Rio Grande do Sul compensarão essa queda.
O secretário de Política Agrícola classificou a situação dos preços e da seca em Mato Grosso e algumas áreas do Centro-Oeste como “preocupante”.
“Estaremos vigilantes e dispostos a apoiar o setor. No entanto, aguardaremos as demandas e propostas para consolidar internamente com o governo.”
Linha de crédito para custeio
Quanto à linha de crédito para custeio, Neri Geller indicou que o Mapa está considerando medidas, como a possível criação de uma linha de crédito para a renegociação do custeio em moeda estrangeira.
Em relação à solicitação sobre o acesso ao crédito, Geller destacou que é compreensível, considerando que as taxas de juros atualmente praticadas são excessivas.
O agricultor local está ciente das condições mencionadas. Taxas de juros elevadas, variando entre 14%, 15% e 17%, aliadas aos preços em declínio por saca, tornam o acesso ao crédito extremamente desafiador. Além disso, há uma demanda expressa por garantias de preço mínimo em determinadas situações, bem como um reforço no seguro rural.
No decorrer da reunião, o secretário de Política Agrícola ressaltou que a principal agenda atual do governo federal é o próximo Plano Safra, que visa melhorias no crédito e a redução das taxas de juros.
O presidente do Sistema Famato, Vilmondes Tomain, enfatizou a importância fundamental do diálogo estabelecido com o Mapa durante essa segunda-feira. “Estamos otimistas de que, ao solidificarmos esse diálogo, conseguiremos progredir na busca por soluções benéficas não apenas para os agricultores e pecuaristas, mas para toda a cadeia produtiva do nosso estado”, destacou Vilmondes Tomain.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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