Manejo de pastagem sustentável é possível ou não?

Com as transformações recentes do planeta faz-se necessário cada um dar a sua parcela de colaboração e readequar seu sistema produtivo.

por Wagner Pires

O primeiro ponto importante a se considerar é que as gramíneas forrageiras são perenes, ou seja, vida longa. Porém o conceito de sustentabilidade sempre envolve um terceiro, ou seja, o rebanho e porque não dizer o pecuarista e a as necessidades sócio ambientais.

Será que a pastagem consegue sustentar corretamente o rebanho permitindo que este tenha um ganho de peso satisfatório, bons índices de prenhes, as vacas consigam produzir bezerros sadios e pesados, o gado consiga ter um bom ganho de peso?

Será que as pastagens vão usar corretamente o solo e não permitir a degradação física deste com erosão e química exaurindo a sua fertilidade?

A cada dia que passa os custos de todas atividades do agronegócio estão mais elevados e as necessidade do produtor mais complexas e caras e assim está mais difícil do produtor se manter e aos seus através da atividade. Para enfrentar este desafio faz-se necessário que se intensifique a atividade, ou seja, se produza mais na mesma área.

A curva de crescimento populacional do mundo vem crescendo linearmente e segundo a ONU em 2050 a população mundial deverá estar próxima de 10 bilhões de habitantes. Mais gente, mais comida.

O nosso planeta vem passando por profundas mudanças ambientais e faz-se necessário cada um dar a sua parcela de colaboração e readequar seu sistema produtivo, as pastagens devem ser manejadas de forma a sequestras mais CO2 e liberar mais O2.

Por último vem a preocupação social, ou produz mais e melhor ou corre o risco de invasão pelos índios, MST, quilombolas e até estrangeiros que acabaram comprando as nossas terras.

Será que é possível ser sustentável com tudo isso? A resposta é sim.

Porém são necessários alguns pontos muitos importantes para se chegar lá.

Sem técnica não se consegue chegar lá e o nosso pecuarista é bastante resistente as tecnologias, mesmo as mais simples e básicas como a rotação do gado nos diversos pastos, a diminuição do tamanho dos pastos, a não necessidade de se esperar que o pasto produza sementes para se colocar o gado, evitar a mistura de capim, o uso de fertilizantes, de herbicidas, controle de pragas e doenças e aí vai a lista.

Quando um filho ou neto de um pecuarista resolve estudar e entrar para dentro da fazenda, o pecuarista acha que ele não sabe nada e tem muito que aprender. O pecuarista se esquece que um dia ele já foi jovem e errou muito para chega a onde chegou.

No campo o grande gargalo da mão de obra cada vez é maior. Com a migração cada vez maior das pessoas do campo para a cidade, o que está restando no campo é uma mão de obra muito desqualificada e por sua vez o pecuarista e o governo vêm investindo menos e menos em capacitação.

A medida em que o pecuarista começa a intensificar as suas pastagens a probabilidade de degradação aumenta mais ainda, fazendo-se necessário o acompanhamento de consultorias especializadas no seu sistema produtivo.

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Participar de eventos que apresentem novas tecnologias e resultados é fundamental, porem apenas uma pequena minoria se faz presente em simpósios, cursos e dias de campo.

É preciso que o pecuarista entenda que a forma como se produziu pecuária nos últimos anos, com certeza não será a forma que iremos trabalhar nos próximos anos e a coisa mais certa para se manter na atividade é estar pronto para encarar grandes mudanças no seu modelo produtivo.

A sustentabilidade é um processo que não tem volta e o pecuarista pode sim conseguir ter uma pecuária mais produtiva e sustentável, porem a sustentabilidade se casa muito bem com o espírito empreendedor, ou seja, deixar de ser fazendeiro para ser um empresário da pecuária.

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Wagner Pires via Circuito da Pecuária
Engenheiro Agrônomo – especialista em pastagens. Formado em 1984 pela UNIPINHAL – Espírito Santo do Pinhal – SP / Pós-graduado em Pastagens pela ESALQ / USP.

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