Mais de 300 mil aves morreram com chuvas no Rio Grande do Sul

Em um caso particularmente alarmante, um produtor local contabilizou a perda de quase 100 mil aves devido à inundação completa de seu aviário; confira

As recentes chuvas torrenciais que assolaram o estado do Rio Grande do Sul trouxeram devastação significativa para diversos setores, especialmente o avícola. O impacto dessas precipitações extremas foi particularmente severo nas regiões produtivas do Vale do Taquari, onde a mortalidade avícola superou as 300 mil aves, conforme relatado pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).

O Vale do Taquari, responsável por 20% da produção avícola estadual, viu-se gravemente afetado. A inundação dos aviários resultou na perda não apenas de aves, mas também de material genético, equipamentos essenciais e infraestrutura crucial para a continuidade das operações. Em um caso particularmente alarmante, um produtor local contabilizou a perda de quase 100 mil aves devido à inundação completa de seu aviário.

Diante dessa calamidade, o setor avícola, representado pela Asgav, tem buscado apoio emergencial dos governos federal e estadual. José Eduardo dos Santos, presidente executivo da associação, enfatizou a necessidade de suporte econômico substancial para produtores e indústrias afetadas. “A tragédia foi em largas proporções… esse produtor e a indústria vão ter que buscar algum amparo econômico”, afirmou Santos.

As medidas solicitadas incluem isenções fiscais para a compra de materiais de construção e equipamentos necessários para a reconstrução das instalações danificadas. Além disso, há um apelo por linhas de crédito específicas que possam facilitar a manutenção e recuperação das atividades avícolas, permitindo que os produtores se reergam e continuem a contribuir para o setor.

Enquanto a Asgav continua a compilar os dados para uma avaliação completa dos prejuízos, a solidariedade tem se manifestado entre os produtores e indústrias não afetados diretamente pela calamidade. Empresas do setor avícola com operações em outras regiões ou estados têm fornecido apoio na forma de doações de alimentos para as áreas atingidas, ajudando a mitigar os efeitos imediatos da crise.

Apesar das adversidades, o setor avícola do Rio Grande do Sul tem demonstrado resiliência e capacidade de mobilização frente às adversidades. A cooperação entre produtores, indústrias e governo será fundamental para superar os desafios impostos pelas chuvas. Além disso, o suporte financeiro e a implementação de medidas estratégicas de recuperação são essenciais para garantir a sustentabilidade e a continuidade da produção avícola na região.

Atual situação no RS

O Rio Grande do Sul continua enfrentando uma situação crítica devido às fortes chuvas que têm caído desde o final de abril. Segundo o boletim divulgado pela Defesa Civil nesta quinta-feira (16), o número de mortes confirmadas subiu para 151. As enchentes, além das fatalidades, deixaram 806 feridos e impactaram severamente a infraestrutura e a vida cotidiana de milhares de pessoas. A crise afeta 458 dos 497 municípios do estado, evidenciando a ampla extensão do desastre.

A Defesa Civil tem orientado os cidadãos a verificar se os nomes de pessoas com óbitos confirmados constam na lista de desaparecidos, que atualmente inclui 104 pessoas. As famílias que encontrarem nomes de seus entes queridos nesta lista devem procurar uma delegacia da Polícia Civil para regularizar a situação e retirar os nomes dos registros de desaparecidos. Esta medida visa facilitar o processo de identificação e ajudar no gerenciamento da crise humanitária.

O impacto das enchentes é vasto, com mais de 2,28 milhões de pessoas, ou 20,95% da população do estado, afetadas de alguma forma. Mais de 615,3 mil pessoas estão fora de suas casas, com 77.199 abrigadas em um dos mais de 830 abrigos disponíveis, enquanto 538,1 mil estão desabrigadas. As operações de resgate têm sido intensivas, resultando na evacuação de 76.620 pessoas e 11.932 animais, tanto silvestres quanto domésticos. As autoridades e as organizações de ajuda humanitária continuam trabalhando arduamente para fornecer apoio e recursos às comunidades devastadas.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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