Maior empresa de fertilizantes fecha unidades de produção

Fertilizantes Heringer, uma das maiores do país, fecha unidades de produção e isso deve afetar significativamente o setor agropecuário no Brasil.

A empresa brasileira Fertilizantes Heringer decidiu fechar várias de suas fábricas e centros de distribuição no país como parte de um plano de reestruturação para lidar com dívidas elevadas, disseram duas fontes à Reuters nesta quinta-feira.

A Heringer, uma das maiores empresas do mercado brasileiro de fertilizantes, enviou uma mensagem nesta quinta-feira aos trabalhadores de pelo menos dez instalações, incluindo fábricas e escritórios regionais, avisando que enfrentariam o fechamento, segundo mensagem recebida pela Reuters.

Os funcionários nessas unidades seriam demitidos. A Heringer possui cerca de 3.000 funcionários. Não ficou claro quantos perderiam seus empregos.

Na mensagem, o presidente-executivo Dalton Carlos Heringer disse que a reestruturação se tornou necessária depois que alguns credores obtiveram uma decisão judicial favorável, permitindo que eles congelassem contas bancárias para garantir o pagamento da dívida.

A assessoria de imprensa da Heringer não confirmou a informação e disse que retornaria uma ligação de um pedido de esclarecimento, mas ainda não o fez.

O departamento de relações com investidores da Heringer disse que os executivos da companhia estavam em reuniões e que a empresa possivelmente enviaria um comunicado ao mercado na quinta-feira.

A Heringer tinha 2,9 bilhões de reais em dívidas até o final do terceiro trimestre, de acordo com seu release de resultados. Isso se compara a uma capitalização de mercado de 224 milhões de reais, segundo dados do Refinitiv Eikon, da Thomson Reuters.

Uma fonte que lida com distribuidores de fertilizantes em Mato Grosso, coração da área produtora de grãos do Brasil, disse que a Heringer informou alguns distribuidores sobre fábricas e escritórios que estavam sendo fechados e sobre quais continuariam operando.

Antes dos fechamentos, a Heringer contava com 16 fábricas que produzem fertilizantes a partir de materiais importados e uma planta de ácido sulfúrico, além de escritórios regionais nas áreas agrícolas mais importantes do Brasil, como o Centro-Oeste e a região do Matopiba.

A empresa tem capacidade para movimentar 6,2 milhões de toneladas de fertilizantes por ano, utilizados em diversos tipos de culturas, incluindo soja, milho, algodão, café e cana-de-açúcar.

As ações da Heringer perderam cerca de 5 por cento nesta quinta-feira.

DIRETORES RENUNCIAM

Em nota ao mercado nesta quinta-feira, a empresa afirmou que Rodrigo Rezende e Pedro Augusto Ferreira, respectivamente diretor financeiro e de Suprimentos e Logística, apresentaram pedidos de renúncia aos cargos.

O presidente da empresa, Dalton Carlos Heringer, vai acumular interinamente a diretoria financeira. Alfredo Fardin irá assumir a logística.

O comunicado não fazia referência à reestruturação ou ao fechamento de unidades.

Fonte: Reuters

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