Maior devastador da Amazônia usava laranjas e gerou danos de R$ 116 milhões

O grupo, liderado pelo conhecido Bruno Heller, é acusado de invadir e desmatar terras da União nos últimos 10 anos, causando danos ambientais estimados em R$ 116,5 milhões. A filha de Heller é apontada como principal operadora do esquema de desmatamento na Amazônia; entenda

No desdobramento da investigação da Polícia Federal sobre um suspeito de liderar uma das maiores áreas desmatadas no país, a atenção agora se volta para uma reviravolta chocante. A PF apontou que uma advogada, identificada como Rafaele Dalmagro, teria subornado um delegado e um investigador da Polícia Civil do Pará para evitar as consequências legais do desmatamento na Amazônia praticado pelo grupo.

O grupo, liderado pelo conhecido desmatador Bruno Heller, é acusado de invadir e desmatar terras da União nos últimos 10 anos, causando danos ambientais estimados em R$ 116,5 milhões. A PF deflagrou a segunda fase da operação no último dia 6 para desarticular o grupo acusado do desmatamento na Amazônia.

Detalhes da investigação revelaram que a advogada Rafaele Dalmagro teria pago propina ao delegado Jardel Magalhães e a um agente da polícia para minimizar as implicações de uma fiscalização que flagrou membros da equipe derrubando árvores em uma área pública da União.

As mensagens obtidas pela PF entre Rafaele e Tatiana Heller, filha do líder do grupo, sugerem que a advogada já havia realizado outras tratativas para pagamento de propina aos policiais. Rafaele aconselhou Tatiana sobre a estratégia a ser adotada para diminuir os efeitos da fiscalização após o flagrante.

A negociação entre a advogada e os policiais resultou no pagamento de R$ 8 mil, parte declarada como honorários advocatícios. Após os trâmites, Rafaele assegurou a Tatiana que ela poderia continuar com as atividades de desmatamento [desmatamento na Amazônia] sem preocupações.

desmatamento na Amazônia

Além das acusações de corrupção, a PF também revelou que o grupo utilizava parentes de Bruno Heller como “laranjas“, registrando terras em seus nomes para burlar multas ambientais. A filha de Bruno Heller, Tatiana, é apontada como a principal operadora do esquema de desmatamento na Amazônia.

A investigação ainda apura a possível participação de servidores do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que concediam acesso a dados sigilosos ao grupo. Diálogos entre Rafaele e Tatiana sugerem que a advogada tinha acesso privilegiado a informações do Ibama, levantando suspeitas de corrupção envolvendo servidores do órgão.

A polícia aponta que outra família, a DalMagro, que comandava uma empresa de regularização fundiária, era responsável pelo suporte técnico, com mapeamento da área desmatada e orientação ao grupo de Bruno Heller. Segundo a PF, a empresa Guará Agroserviços mapeava a área a ser desmatada e fornecia um caminho organizado e método para otimizar o trabalho.

A defesa da família DalMagro nega as acusações, afirmando que há uma distorção dos fatos e que tudo será esclarecido durante o processo. A defesa de Bruno e Tatiana Heller alega que os membros da família contribuem para o desenvolvimento econômico da região, enquanto o delegado Jardel Magalhães ainda não se manifestou sobre as acusações. O espaço permanece aberto para manifestações.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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