Homem que criou o maior confinamento de gado de Rondônia abate 75 mil animais por ano. Nadir Razini comanda império do agronegócio que fatura R$ 300 milhões por ano.
Em entrevista, nesta semana, o pecuarista Nadir Razini, representante do empresário paranaense Alceu Elias Feldmann, que tem cinco grandes fazendas no Cone Sul.
Aos 71 anos, o veterano criador falou do maior confinamento de gado de Rondônia, implantado por ele 27 anos atrás. “Começamos com 40 cabeças”, disse, sorrindo, o descendente de italianos.
Os números da Fazenda Juliana, que fica a 40 km de Chupinguaia, são superlativos: com “capacidade estática” para confinar 44 mil animais por ano, a propriedade aumenta em outros 12 ou 15 mil o plantel, graças ao “repique”, que é a colocação de bois que ficam no local por alguns meses, antes do abate.
Juntando ao montante o gado que vem de outro confinamento, em Ariquemes, o total abatido nas fazendas de Feldmann em Rondônia chegam a inacreditáveis 75 mil cabeças por ano.
Comando um exército de 470 empregados, Razini revelou que, dos 25 mil hectares de soja plantados em todas as fazendas, a Juliana consome cerca de 10% para alimentar o rebanho confinado.
“Já a safra de milho produzida é toda consumida pelo gado que confinamos”.
Um vídeo que está sendo compartilhados nas redes sociais (VEJA ABAIXO) mostra o gigantismo do confinamento, que “Seu” Nadir acompanha de perto.
O empreendimento tem grande preocupação com a sustentabilidade e, por isso, análises da água das lagoas da propriedade são feitas regularmente.
Grandes tanques, cujas rodas d’água produzem toda a energia usada para tocar o confinamento, são cuidadosamente monitorados. Mas não são eles que recebem o chorume. São outras lagoas que captam os dejetos.
“Com esse sistema, evitamos que rios e igarapés próximos sejam poluídos”, disse o pioneiro, que desembarcou em Vilhena 34 anos atrás.
Responsável também pelo melhoramento genético do gado na região, o homem que comanda o império do agronegócio é um sujeito simples, mas rígido na função que exerce. “Tento ser justo com quem trabalha comigo, e exijo que praticamente tudo o que consumimos seja comprado aqui em Vilhena”.
E o impacto dos negócios do grupo paranaense na economia local é traduzido em cifras astronômicas: faturamento de R$ 300 milhões por ano, dos quais a maior parte é usada na compra de insumos, alimentos, combustíveis, peças e dezenas de outros itens, fora os impostos e taxas, que abastecem os cofres do município, do Estado e da União.
Ao comentar os outros confinamentos que surgiram na região nos últimos anos, Razini explica que o fato de as fazendas que gerencia produzirem o próprio alimento que abastece a criação é determinante para uma margem de lucro maior.
Mas, que ninguém pense que o velho pecuarista liga para a concorrência: praticamente todos os criadores de gado em confinamento no Cone Sul ouviram os conselhos dele antes de investir no segmento. “A gente passou o que aprendeu nestes 22 anos. Assim, eles evitaram os erros que eu cometi”, finalizou.
- Após recorde, rentabilidade consolidada do confinamento cai em dezembro
- Ramax e Amaggi disputam milho na justiça, gerando prejuízos ao gado confinado
- Cuidados na recepção do gado garante melhores resultados no confinamento
- Penhor agrícola ameaça sustento de mais de 10 mil bovinos do confinamento Ramax
- Veja quais são os principais cuidados em um confinamento
Confira o vídeo com a entrevista e conheça mais sobre a estrutura do mega confinamento:
Fonte: TV do Povo