Em nota, ministro afirmou que a fusão trará prejuízos ao agronegócio brasileiro, setor muito cobrado na Europa pela preservação do meio ambiente
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, lamentou nesta quarta-feira (31/10) a decisão do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), de fundir, no próximo governo, a pasta com a do Meio Ambiente. Em viagem aos Emirados Árabes, o ministro declarou, em nota, que a fusão trará prejuízos ao agronegócio brasileiro, “muito cobrado pelos países da Europa pela preservação do meio ambiente.”
Não é a primeira vez que o ministro se manifesta contra a medida. No dia 23 de outubro, durante o Prêmio Melhores do Agronegócio, organizado pela Revista Globo Rural, Maggi declarou que a fusão não seria uma boa ideia. “Nessa conta, dois mais dois não são quatro. São áreas extremamente importantes para a economia, de uma representação institucional muito grande para o Brasil e fora isso deixa praticamente impossível uma pessoa coordenar os dois ministérios”, disse o ministro na ocasião.
O comunicado informa que, nos últimos dois anos e meio, Maggi “viajou pelo mundo divulgando a sustentabilidade do agronegócio brasileiro e cobrando preferência pelos produtos do Brasil por causa dos custos dos produtores em manter reservas ambientais em suas propriedades”. Segundo a nota, o ministro costuma mostrar que 66% do território brasileiro se mantém preservado graças à ação dos produtores brasileiros.
Esse discurso ”pode ser prejudicado com a fusão das duas pastas“.
Outro argumento do ministro é com relação às agendas dos dois ministérios. Para ele, as missões das pastas são convergentes em muitos pontos, mas no geral possuem temas próprios que necessitam de atenção. “Existem muitos fóruns importantes nos quais o Brasil deve marcar sua posição, mas não será possível para um ministro participar de todos sozinho”, disse.
Blairo Maggi finalizou ponderando que o Ministério do Meio Ambiente tem de tratar de questões que às vezes não são ligadas ao agro, como energia, infraestrutura, mineração e petróleo. “Seria dificílimo conciliar todos esses assuntos. Como um ministro da agricultura vai opinar sobre um campo de petróleo ou exploração de minérios?”, questionou.
POR REDAÇÃO GLOBO RURAL