Lula recusa ‘arroz de plástico’ da China; conheça a origem do cereal

Conab garante que todos os produtos que o país arrematar em leilão vão passar por testes de qualidade

Uma medida emergencial foi tomada pelo governo, permitindo a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz e eliminando as tarifas sobre as compras do cereal de fora do Mercosul. Essa decisão gerou muitas discussões e preocupações.

Os produtores temem que a entrada massiva desse arroz estrangeiro prejudique o mercado local. Enquanto isso, os consumidores estão questionando a qualidade do arroz que será adquirido nos leilões. Nas redes sociais, houve rumores de que o Brasil estaria importando arroz sintético da China, um tipo fabricado em laboratório e modificado geneticamente para causar problemas de saúde. No entanto, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), responsável pelos leilões, nega veementemente essas alegações.

O arroz importado não tem restrições quanto à sua origem, mas a Conab esclarece que a China não estará participando dos leilões. Isso se deve ao fato de a China ser o maior consumidor de arroz do mundo, utilizando toda a sua produção, cerca de 145 milhões de toneladas por safra, para o mercado interno, que consome a totalidade dessa produção, sem espaço para exportações.

Além disso, o arroz produzido na China é do tipo curto, bastante diferente do arroz nacional e, por consequência, provavelmente não seria bem aceito pelo consumidor brasileiro. Em um vídeo que circula nas redes sociais, a fábrica chinesa Sunprint é mostrada fazendo uma mistura de grãos de arroz quebrados com farinhas de milho, soja e trigo.

As discussões sobre a necessidade de aumentar as importações de arroz no Brasil surgiram devido às chuvas no Rio Grande do Sul, que aumentaram o risco de escassez do produto no mercado e de especulação de preços. Esse estado é responsável por 70% da produção nacional de arroz.

No Brasil, o consumo anual de arroz atinge cerca de 10 milhões de toneladas, equivalente à sua produção. No entanto, para certos estados, é mais econômico importar arroz devido aos custos de frete e à variação cambial, em comparação com o transporte de algumas regiões do Rio Grande do Sul. Como resultado, em cada safra, observa-se um certo volume de importações para equilibrar a oferta e a demanda.

Atualmente, a maioria dessas importações vem de países do Mercosul, mas há potencial para importações de outras origens, como Tailândia e Vietnã, ou de países sul-americanos, como Venezuela e Bolívia.

Testes de Qualidade

Os leilões especificam a compra de variedades de arroz “adequadas ao consumo brasileiro”, conforme declarado pela Conab em comunicado. O país está buscando arroz beneficiado, polido, de grão longo e fino, do tipo 1, da safra 2023/24.

Além disso, a empresa detalha os testes necessários para garantir a qualidade do produto. Os exportadores devem demonstrar que as embalagens estão em conformidade com os padrões físico-químicos, sensoriais e de embalagem.

Durante esse processo, são avaliados o nível de umidade, a presença de impurezas ou grãos quebrados, além das características visuais, como aspecto, cor, odor e sabor típicos do arroz beneficiado, polido, de grão longo e fino, do tipo 1.

“A apresentação de documentos legais que comprovem a qualidade estabelecida neste aviso e na legislação em vigor é obrigatória […] O não cumprimento dessas condições e outras exigências resultará na recusa e na devolução automática do lote do produto”, assegura a empresa no edital.

O primeiro leilão de compra estava programado para terça-feira (21/5), porém, a Conab optou por suspender o certame. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou que a nova data será divulgada em breve durante uma audiência na Câmara dos Deputados na quarta-feira (22/4).

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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