Segundo o senador Carlos Fávaro (PSD-MT), que faz parte do grupo de transição, entidades estão sendo ouvidas sobre o tema, “Decisão final é de Lula”, diz senador
A divisão ou não do Ministério da Agricultura dependerá de orientação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou o senador Carlos Fávaro (PSD-MT). “Estamos com a caixinha ainda debaixo do Ministério da Agricultura e vamos aguardar orientação do presidente Lula. Ele é que manda”, disse Fávaro a jornalistas, após reunião do grupo técnico de transição na Agricultura.
Uma ala do Partido dos Trabalhadores defende a divisão da pasta em três: Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Pesca, o que não é bem recebido pelo setor produtivo.
Segundo o senador, o grupo técnico fará a recomendação sobre a estrutura da Agricultura. “Ouviremos as entidades de classe sobre a estrutura da Agricultura. Ouviremos entidades de pesca, agricultura familiar, algodão, soja, milho, café, carnes e então começaremos a fazer recomendação sobre estrutura”, afirmou.
Conforme Fávaro, o grupo técnico chamou de 20 a 30 entidades representativas de todos os segmentos do agro para conversar. Fávaro foi coordenador de assuntos relacionados ao agro da chapa Lula/Alckmin e é considerado favorito na disputa pelo comando da pasta a partir de janeiro. É o nome avalizado pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, para o cargo.
O que faz o Ministério da Reforma e do Desenvolvimento Agrário?
O Ministério foi criado em 25 de novembro de 1999 pela medida provisória n° 1.911-12 e sua última estrutura regimental foi definida pelo decreto nº 7.255 de 4 de agosto de 2010.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) é o responsável, no governo federal, pela proposição e implementação das políticas públicas voltadas a reforma agrária e a promoção do desenvolvimento sustentável e o fortalecimento do segmento rural constituído pelos agricultores familiares. Suas ações estão norteadas no combate à pobreza rural, a segurança e soberania alimentar, a sustentabilidade dos sistemas de produção e a geração e agregação de valor.
O retorno de uma jabuticaba agrária
Recriação do Ministério de Desenvolvimento Agrário é em favor da ideologia e contra a eficiência, escreve Xico Graziano em seu blog no site Poder 360. O escritor e engenheiro agrônomo se diz preocupado com a recriação do Ministério do Desenvolvimento. A divisão entre a política agrícola do agronegócio e a da produção familiar representa um equívoco conceitual. Em favor da ideologia, contra a eficiência.
E enfatiza – “Nenhum grande país separa a gestão pública direcionada ao setor agropecuário. Pelo contrário. A tendência moderna tem sido a de aglutinar atividades próximas ao campo, incluindo florestas, pesca e até meio ambiente e logística. Facilita assim a gestão integrada.”
“Inventaram que o agronegócio produzia para exportação, e a agricultura familiar abastecia o povo. Criaram o mito dos 70%, qual seja, de que 70% dos alimentos vêm da agricultura familiar. Uma mentira repercutida pela narrativa vermelha, visando a atacar o capitalismo agrário.”
Michel Temer extinguiu o ministério do Desenvolvimento Agrário, realocando suas funções. Jair Bolsonaro, logo que assumiu, foi além, unificando todas as políticas relacionadas com o território rural. Fortaleceu o ministério da Agricultura. Unidos, sob o mesmo comando da política pública, todos ganharam. Subiu a média – a régua – da tecnologia e da rentabilidade.
“Veremos agora o retrocesso. A divisão trará perda de sinergia. Criará cizânias. Virá a pataquada esquerdista de outrora, aquelas baboseiras atacando o agronegócio e sublimando o “campesinato” em nome da segurança alimentar. O negacionismo no poder.” – finaliza Xico.
Com informações do Poder 360
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