Em mais uma de suas promessas mirabolantes de campanha Lula diz que, se eleito, Conab vai atuar como estoque regulador de alimentos
O candidato do PT à Presidência, ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que, se for eleito, vai trabalhar para que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) atue como um estoque regulador de alimentos em situações de alta dos preços dos insumos. Lembrando que em recente declaração o petista disse que pretende “discutir” a política de exportação de carnes do Brasil, a fim diminuir preços.
“É preciso que a gente recupere a Conab e a Conab seja feito como era feito em nosso governo, como se fosse estoque regulador de determinado tipo de alimentos não perecíveis para que, quando tivesse caro no mercado, o governo entrava e colocava os produtos no mercado”, afirmou em entrevista aos jornalistas durante sua passagem por Porto Alegre (RS).
Lula afirmou ainda que não vai permitir desmatamento na Amazônia sob o pretexto de aumentar a área para agricultura no Brasil.
Ao comentar sobre a falta de apoio à sua candidatura por parte de um setor do agronegócio, Lula afirmou que, se eleito, não permitirá o desmatamento da Amazônia a despeito de aumentar as terras agricultáveis. Empresários classificados como “responsáveis”, segundo ele, que exportam produtos, não querem “fazer coisas erradas porque sabem que terão custo financeiro muito grande por conta dos compradores”. “Vamos ter que lidar com aqueles que não respeitam e vamos ser muito duros”, emendou.
O ex-presidente destacou que não tem preconceito com o agronegócio, e disse que as grandes empresas do setor podem muito bem conviver com uma “agricultura familiar forte” no país.
Lula insiste em criar um Estado grande e regulador.
Lygia Pimentel, CEO da Agrifatto, comentou em suas redes sociais sobre as declarações do candidato à Presidência da República. “O show de horrores continua. Para serem eleitos, políticos populistas trazem soluções baratas, que pouco dialogam com a realidade ou com soluções realmente amparadas em um caráter de longo-prazo. O que significaria tornar a estocagem um atributo do estado? Atualmente, a Conab possui capacidade teórica de estoque de 2 milhões de toneladas em armazéns parcialmente obsoletos.” – diz ela em postagem recente.
Segundo ela há alguns questionamentos sobre essas declarações:
- Há condições de regular a oferta com estoques? Não.
- Há condições para operar tais estoques? Não.
- Estocaríamos o quê e em qual quantidade? Arroz? Feijão? Trigo? Milho? Tudo? Não.
E completa – “As respostas evidenciam populismo da pior espécie, que carrega consigo a ausência de caráter técnico, a ideia da continuidade de políticas falidas aplicadas durante décadas, às custas de muito dinheiro mal investido, loteamento político – e não técnico – de instituições estratégicas e o retardamento da modernização da produção e distribuição no país.”
