Com a palavra, Lula afirmou que reassume o comando do país diante das “ruínas” deixadas pelo governo anterior. A área da agricultura fará parte da reorganização prometida pelo petista.
Na tarde deste domingo (1º), Luiz Inácio do Lula da Silva (PT) assinou o termo de posse em sessão solene realizada no Congresso Nacional e assim, oficialmente, assumiu pela terceira vez a condição de presidente da República Federativa do Brasil. Além dele, Geraldo Alckmin (PSB) tomou posse como vice-presidente.
Empossado como 39º presidente da República, Lula lembrou o período em que esteve na prisão, afirmou que vai governar para todos, chorou ao citar a fome no país e reafirmou compromisso com combate à desigualdade. Já em relação ao Agronegócio, ” o Brasil não precisa desmatar para manter e ampliar sua estratégica fronteira agrícola”, afirmou ele em seu discurso.
Presidida pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que é o presidente do Congresso Nacional, a sessão que empossou Lula e Alckmin no comando do Executivo federal contou com a presenças de outras autoridades, como o deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados; a ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF); e Augusto Aras, procurador-geral da República.
Já na condição de presidente da República em início de mandato, Lula discursou. Lembrou que assume a missão de administrar o Brasil pela terceira vez (já havia sido eleito em 2002 e reeleito em 2006). Criticou a gestão de seu antecessor no Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro, afirmou que a democracia foi a “grande vencedora” do pleito do ano passado. Além disso, agradeceu o eleitorado e as instituições, como o STF.
Lula também defendeu “democracia para sempre”, disse que não tem sentimento revanchista, mas que responsabilidades sobre condutas irregulares na pandemia deverão ser apuradas.
“Vou governar para 215 milhões de brasileiros e brasileiras e não apenas para quem votou em mim. Vou governador para todos e todas, olhando para nosso luminoso futuro em comum e não pelo retrovisor do passado de divisão e intolerância. A ninguém interessa um país em permanente pé de guerra.”
Primeiras ações anunciadas
Lula afirmou que, ainda neste domingo, promoverá ações para reorganizar a estrutura do poder Executivo federal. Falou que, a partir de agora, vai atuar para promover o crescimento econômico de forma “ambientalmente sustentável”. A área da agricultura fará parte da reorganização prometida pelo petista. Isso porque o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) será dividido. A saber, partir dele, serão recriadas as pastas do Desenvolvimento Agrário e da Pesca.
Ainda na parte da agropecuária, Lula reforçou a defesa do que chama de “agro sustentável”. Destacou, por exemplo, o interesse em diminuir o desmatamento e a emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa. Por outro lado, declarou que vai incentivar a bioeconomia e avisou: para ele, não faz sentido a agricultura brasileira se ver obrigada a seguir importando fertilizantes.
Veja principais pontos do discurso de posse de Lula
Desmatamento zero
“Nossa meta é alcançar desmatamento zero na Amazônia e emissão zero de gases do efeito estufa na matriz elétrica, além de estimular o reaproveitamento de pastagens degradadas. O Brasil não precisa desmatar para manter e ampliar sua estratégica fronteira agrícola.”
Acesso a armas
“Estamos revogando os criminosos decretos de ampliação do acesso a armas e munições, que tanta insegurança e tanto mal causaram às famílias brasileiras. O Brasil não quer mais armas; quer paz e segurança para seu povo.”
Teto de gastos
“O SUS é provavelmente a mais democrática das instituições criadas pela Constituição de 1988. Certamente por isso foi a mais perseguida desde então, e foi, também, a mais prejudicada por uma estupidez chamada teto de gastos, que haveremos de revogar.”
Leis trabalhistas
“Vamos dialogar, de forma tripartite – governo, centrais sindicais e empresariais – sobre uma nova legislação trabalhista. Garantir a liberdade de empreender, ao lado da proteção social, é um grande desafio nos tempos de hoje.”
Salário mínimo
“Vamos retomar a política de valorização permanente do salário-mínimo.”
Filas do INSS
“E estejam certos de que vamos acabar, mais uma vez, com a vergonhosa fila do INSS, outra injustiça restabelecida nestes tempos de destruição.”
Educação
“Vamos recompor os orçamentos da Educação, investir em mais universidades, no ensino técnico, na universalização do acesso à internet, na ampliação das creches e no ensino público em tempo integral.”
Defesa da democracia
“Foi a democracia a grande vitoriosa nesta eleição, superando a maior mobilização de recursos públicos e privados que já se viu. As mais violentas ameaças à liberdade do povo. A mais abjeta campanha de mentiras e de ódio tramada para manipular e constranger o eleitorado brasileiro”.
“Sob os ventos da redemocratização, dizíamos ‘ditadura nunca mais’. Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer ‘democracia para sempre'”.
Reconstrução
“Hoje, nossa mensagem ao Brasil é de esperança e reconstrução. O grande edifício de direitos, de soberania e de desenvolvimento que essa nação levantou a partir de 1988, vinha sendo sistematicamente demolido nos anos recentes. É para reerguer esse edifício de direitos e valores nacionais que vamos dirigir todos os nossos esforços.”
Fake News
“Nunca os eleitores foram tão constrangidos pelo poder econômico e por mentiras disseminadas em escala industrial.”
“Defendemos a plena liberdade de expressão, cientes de que é urgente criarmos instâncias democráticas de acesso à informação confiável e de responsabilização dos meios pelos quais o veneno do ódio e da mentira são inoculados.”
Igualdade racial
“Não é admissível que negros e pardos continuem sendo a maioria pobre e oprimida de um país construído com o suor e o sangue de seus ascendentes africanos. Criamos o Ministério da Promoção da Igualdade Racial para ampliar a política de cotas nas universidades e no serviço público, além de retomar as políticas voltadas para o povo negro e pardo na saúde, educação e cultura.”
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Novo PAC
“Vamos retomar o Minha Casa Minha Vida e estruturar um novo PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] para gerar empregos na velocidade que o Brasil requer.”
Confira o vídeo completo:
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