Lula anuncia medidas para evitar invasões do MST no ‘abril vermelho’

O objetivo declarado do governo é impulsionar os assentamentos de terra em todo o país, buscando atender às demandas históricas dos movimentos sociais ligados à reforma agrária; confira

Na tentativa de conter as invasões promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) durante o tradicional “abril vermelho“, o governo está preparando um conjunto de medidas a ser anunciado na próxima semana. A cerimônia de apresentação ocorrerá no Palácio do Planalto, com a expectativa de participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O objetivo declarado do governo é impulsionar os assentamentos de terra em todo o país, buscando atender às demandas históricas dos movimentos sociais ligados à reforma agrária. O anúncio visa desencorajar o MST de realizar suas tradicionais marchas e invasões durante o mês de abril, especialmente em memória do massacre de Eldorado dos Carajás, que deixou 19 mortos em 1996.

As ocupações promovidas pelo MST representam um desafio para o Executivo, especialmente em um momento de polarização política. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro têm utilizado essas invasões como arma política contra o governo, enquanto o setor do agronegócio expressa descontentamento com tais ações.

O pacote de medidas inclui a compra de terras, financiamento para agricultura familiar, metas específicas para reforma agrária e demarcação de terras de quilombos, além da apresentação de uma prateleira de terras, que consiste em um levantamento de áreas disponíveis para assentamentos.

O Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, destacou que o objetivo é acelerar a disponibilização de terras para os assentamentos. Em uma reunião recente com o presidente Lula, Teixeira ressaltou o compromisso do governo em dialogar e buscar recursos para ampliar as possibilidades de atender às demandas por reforma agrária.

Dados do Ministério indicam que desde o início do terceiro mandato de Lula, em janeiro do ano passado, cerca de 10.995 famílias foram assentadas. No entanto, o MST e outros movimentos sociais argumentam que esse ritmo é insuficiente diante do grande número de famílias acampadas pelo país.

Além das medidas pró-reforma agrária, o governo também está buscando aproximação com o agronegócio, um setor historicamente resistente ao PT. Encontros e acenos têm sido feitos com o objetivo de melhorar a relação entre o governo e esse segmento crucial da economia nacional.

O anúncio das medidas ocorre em um contexto de atritos políticos e tentativas de conciliação por parte do governo, que busca equilibrar interesses diversos em um cenário de polarização e pressões sociais.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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