Lista: 10 maiores preocupações do pecuarista

Gestão de custos é a principal preocupação do pecuarista brasileiro, relatório é da Embrapa Unipampa e NESPro/UFRGS.

Qual o custo de produzir carne bovina no Brasil? Entender melhor como calcular os índices econômicos da propriedade é a principal preocupação do pecuarista de corte brasileiro na atualidade. A informação foi levantada na maior pesquisa com o setor pecuário já realizada no País, envolvendo 1.630 entrevistados de 542 municípios diferentes de todos os estados do Brasil.O trabalho foi executado por meio de parceria entre Embrapa, Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (NESPro/UFRGS).

No ranking geral da enquete, realizada entre os meses de abril e maio, o item custos de produção foi apontado como extremamente prioritário por 57,6% dos participantes, o que revela preocupação com a gestão e organização da propriedade.

“Com esse resultado, o pecuarista demonstra que quer compreender melhor como funciona o seu negócio, o registro de receitas e despesas da propriedade, assim como os indicadores de eficiência econômica, de forma que o ajude a organizar melhor e gerir o estabelecimento rural, obtendo, assim, mais lucratividade de sua atividade”, interpreta o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul (RS) Vinícius Lampert.

O questionário englobou 39 perguntas em cinco diferentes áreas do conhecimento: saúde e bem-estar animal; nutrição animal e forrageiras; melhoramento animal; ciência e tecnologia da carne; e gestão e sistemas de produção.

Os itens que se destacaram como prioritários dentro de cada um dos cinco grandes temas foram: controle de ectoparasitas, com índice de 37,8%; técnicas de manejo de pastagens cultivadas e nativas, com 43,1%; qualidade e segurança da carne, com 43,2%; seleção animal baseada em índices econômicos, com índice correspondente a 30%; além do primeiro da lista, custos de produção, com índice de 57,6%. Os temas controle de ectoparasitas, manejo de pastagens e qualidade da carne foram índices categorizados como de prioridade extremamente alta.

LISTA DAS PREOCUPAÇÕES

  1. Custos de produção;
  2. Capacitação de recursos humanos e suporte técnico;
  3. Conservação, fertilidade e recuperação de áreas degradadas;
  4. Garantia de qualidade e segurança do alimento;
  5. Técnicas de manejo de pastagem cultivadas e nativas;
  6. Simulação e analise de viabilidade econômica;
  7. Estratégias de comercialização
  8. Doenças infecciosas
  9. Controle de ectoparasitas;
  10. Escrituração zootecnica.
Fonte: Embrapa

Cerca de 70% dos participantes da enquete identificaram-se como produtores rurais. “Esse é um índice muito importante, pois mostra uma ampla participação dos produtores rurais, que são os principais tomadores de decisão da atividade pecuária”, ressalta Lampert. O levantamento também contou com a participação de empresários, consultores, técnicos, pesquisadores, professores e estudantes ligados ao setor.

Ranking completo das preocupações do pecuarista

  1. Custos de Produção.
  2. Capacitação dos recursos humanos e suporte técnico.
  3. Técnicas de manejo de pastagem cultivadas e nativas
  4. Conservação, fertilidade e recuperação de áreas degradadas.
  5. Boas Práticas Agropecuárias (BPA).
  6. Controle de ectoparasitas
  7. Estratégias de comercialização.
  8. Garantia da qualidade e segurança do alimento.
  9. Bem-estar Animal.
  10. Simulação e análise de viabilidade econômica
  11. Escrituração zootécnica
  12. Estratégias de suplementação.
  13. Estratégias de Manejo – novas técnicas de desmama, idade e períodos de acasalamento, inseminação artificial, etc
  14. Doenças Infecciosas.
  15. Controle de Endoparasitas
  16. Valor econômico (índice econômico de seleção).
  17. Aquisição de genética superior.
  18. Vacinas
  19. Linhas de crédito para financiamento da pecuária.
  20. Escolha de raças versus sistemas de produção.
  21. Integração de sistemas produtivos.
  22. Reprodução Animal.
  23. Controle de plantas indesejáveis em pastagens.
  24. Rastreabilidade e certificação de carnes.
  25. Agregação de valor aos produtos da pecuária.
  26. Doenças relacionadas à alimentação/nutrição.
  27. Tristeza Parasitária Bovina.
  28. Identificação Individual.
  29. Comercialização de carne com características nutricionais e sensoriais de interesse comercial.
  30. Avaliação de sistemas pecuários na ótica social, econômica e ambiental.
  31. Aplicativos para smartphone
  32. Diversificação e diferenciação da produção de carnes com base pastoril e em grãos.
  33. Seleção  tradicional.
  34. Desenvolvimento de novas cultivares forrageiras.
  35. Agropecuária de precisão.
  36. Seleção genômica.
  37. Desenvolvimento de novos produtos cárneos oriundos da pecuária.
  38. Confinamentos.
  39. Irrigação de pastagens.

Confira o material clicando aqui.

Trabalho em andamento

A primeira análise da pesquisa aconteceu com as informações coletadas de 5 de abril a 31 de maio de 2018. No entanto, a enquete segue aberta ao público e uma segunda avaliação dos números vai ser realizada no fim deste ano. A partir de 2019, a pesquisa continuará com o objetivo de levantar um número maior de repostas.

A partir da análise dos dados, o trabalho busca subsidiar o direcionamento de estratégias de pesquisa, transferência de tecnologia e divulgação de informações para os públicos de interesse. “Com essa atualização e conhecimento dos principais problemas do setor vai ser possível qualificar a definição de estratégias de pesquisa e comunicação e, como consequência, favorecer a melhoria da competitividade da pecuária de corte brasileira”, completa Lampert.

Para a segunda fase da pesquisa, o objetivo é identificar prioridades específicas de cada região, de modo a contribuir para a definição de políticas públicas para a pecuária de corte, considerando as diferenças regionais. Paralelamente à identificação das demandas, estão sendo levantadas as soluções tecnológicas existentes e que estão disponíveis para uso pelo setor produtivo. Depois, pretende-se cruzar essas demandas com as soluções tecnológicas já existentes, sendo possível, assim, identificar quais inovações prioritárias devem ser desenvolvidas.

Via Embrapa

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