Produtor possui um criatório com mais de 5 mil aves e 180 raças, na cidade de Porto Ferreira, interior de São Paulo; veja algumas raças de galinhas gigantes
Com aproximadamente 18 meses ela pode chegar aos 10 quilos e cerca de 80 cm de altura, dependendo da forma de criação, essas são as Galinhas Gigantes, famosas pela beleza exuberante e o tamanho generoso. Com variações de cores, a Galinha Gigante, não é de uma raça específica, pode ser da New Hampshire, Gigante de, Brahma, Cochinchina, Orpington, Sussex ou Turken, o que vai definir o tamanho é o processo de seleção genética.
O produtor Mário Salviato, possui um criatório com mais de 5 mil aves e 180 raças, localizado na área rural da cidade de Porto Ferreira, interior de São Paulo. E, embora a criação de galinhas ornamentais para comercialização tenha iniciado no ano de 2006, a paixão veio desde a infância.
“Eu costumo brincar que o interesse nasceu comigo, acho que eu tinha interesse dentro do ventre da minha mãe, porque desde sempre eu fui apaixonado por galinhas e aves domésticas e inclusive mesmo sem entender, quando eu era novinho cinco seis anos eu gostava de separar os casais para poder melhorar a linhagem e isso sem conhecer nada de genética eu já gostava, aves sempre foram algo que fez parte da minha vida”, conta Salviato.
No criatório são criadas galinhas desde 300 gramas até 10 quilos, muitas espécies menores – que parecem pelúcia – são comercializadas inclusive como animais de estimação e não para produção de carne e ovos como de costume.
O processo de incubação dos ovos leva 21 dias e o consumo médio das mais de cinco mil aves é de oito toneladas de ração por mês. Ao todo são comercializados cerca de cinco mil ovos por mês, as aves têm menor comercialização devido à documentação necessária para o envio.
“Nós enviamos ovos para o país todo através de sedex ou transporte aéreo, comercializamos com documentação necessários para a venda, pois nós trabalhamos regulamentados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA)”, explica Salviato.
Do Sul ao Norte do país
Mário, que já está famoso e recebe rotineiramente veículos e emissoras de televisão para reportagens sobre as aves, conta que de uma forma geral todas as raças se adaptam bem nas regiões de todo o Brasil, algumas têm mais calor devido ao maior número de penas, mas é questão de adaptar o manejo.
“Se cria do Sul ao Norte do país sem maiores problemas. O maior problema é a adaptação dessas aves na questão genética mesmo, tem material pequeno, dificuldade de importação, então temos que ficar recriando sempre as mesmas famílias, e por mais que a gente faça existe uma consanguinidade muito grande e isso dificulta a criação, pois é uma eterna seleção que você tem que manter dentro do criatório sempre deixando os melhores animais, sempre selecionando os melhores reprodutores e melhores matrizes para conseguir manter o padrão tanto de tamanho quanto de formação corporal, pena, então realmente essa é a grande dificuldade que nós temos na criação”, explica.
Com relação à alimentação, a exigência alimentar é diferente de uma ave de sete quilos, que exige muito mais energia e proteína do que uma ave de postura, por exemplo, por isso existe a diferença na nutrição.
Bem-estar animal e preservação das espécies
Na questão de manejo, o criatório trabalha com a prática de bem-estar animal, ou seja, as aves são criadas soltas e com estrutura adequada de poleiros e boxes.
“Procuramos manter o máximo de conforto e respeitar a peculiaridade de cada ave, acho isso muito importante. Eu sou apaixonado pelas galinhas, acho que temos que respeitar. O Brasil é um dos maiores produtores de ovos e de carne do mundo, um celeiro gigante de alimentos, isso tudo não precisa ser dito, então eu gostaria de contribuir para o nosso país, e tenho como um grande sonho transformar o meu criatório numa fundação, num lugar de preservação das variedades. Hoje eu tenho, em diversidade, uma das maiores criações do mundo, e eu a acho que é esse meu grande objetivo, ter um local em que serão preservadas, cuidadas, continuar o trabalho de seleção, universidade poderia pesquisar, fazer estudo com as aves, crianças escolas pudessem conhecer essa diversidade. Acho que isso é um grande sonho”, conta Salviato.
Segundo o produtor, as pessoas não imaginam que tem essa variedade de galinhas no mundo.
No criatório, tem outras espécies de galinhas exóticas como a Índio Gigante que pode chegar aos 1,20 metros de altura e sete quilos, a Opington Amarelo, a Mini Cornish, que já é uma raça pequena, a Polonesa Camurça com sua exuberante ‘cabeleira’.
E, tem a Ayam Cemani, a galinha que é inteira preta desde a crista, o bico até os órgãos internos, ossos e vísceras.
“É a ave que tem mais pigmentação do mundo e vale quase 2 mil dólares”, fala o produtor.
No sítio ao longo dos anos, o produtor já trabalhou com gado, cana de açúcar, milho, soja, algodão, laranja e alerta sobre a importância do banco genético de espécies.
“Porque, um dia podemos ter um problema muito grave com as raças comerciais como a gente vê direto acontecendo a luta que é da tecnologia e ciência contra os vírus e bactérias, então pode acontecer um problema muito grave e teríamos um banco genético vivo para trabalhar. É quase que um resguardo para continuar produzindo alimento para a humanidade. Um sonho, talvez uma utopia seria transformar meu criatório em uma fundação de aves. Acho que a gente poderia fazer algo que não teria em lugar nenhum do mundo. Além de ser um colírio para os olhos”, finaliza.
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