Com apoio ao candidato a presidência Jair Bolsonaro, Frente Parlamentar da Agropecuária pode mudar de cara.
Artigo escrito por Rafael Walendorff do Canal Rural mostra que líderes do agronegócio de todo o país, ouvidos durante essa semana admitem o apoio quase unânime a Jair Bolsonaro (PSL/RJ) na eleição de domingo que vem. Muitos, aliás, estão em verdadeira campanha junto às bases. Segundo presidentes de federações, associações e sindicatos rurais, o candidato é a única saída para evitar a volta do Partido dos Trabalhadores ao poder, o que, na visão deles, seria muito prejudicial para o segmento.
Apoio a Bolsonaro pode mudar o perfil da bancada do agro no Congresso Nacional
Alguns acreditam que a candidatura dele vai puxar votos para deputados e senadores alinhados e comprometidos com os pleitos do meio rural, já que ele destaca a importância do setor nos discursos e dá prioridade ao campo nas propostas do plano de governo. Isso ajudaria a manter a representatividade em Brasília. Hoje, a Frente Parlamentar da Agropecuária conta com 261 integrantes. A aposta é que o vínculo com Bolsonaro vai facilitar a eleição de candidatos ruralistas, tanto os que disputam a reeleição quanto novos políticos.
Por outro lado, há quem acredite na perda de deputados e senadores realmente identificados com o campo. A preocupação é que o palanque de Bolsonaro junto ao meio rural, principalmente com as demandas de segurança, ajude a eleger pessoas sem vínculos com o agro ou verdadeiro conhecimento sobre os problemas dos produtores rurais. Na análise de alguns líderes, muitos candidatos só repetem o discurso de defesa à propriedade privada e à posse de arma de fogo, mas desconhecem o amplo leque de demandas do setor.
“Bolsonaro está puxando votos para gente que nada tem a ver com nós. Tira gente comprometida com o agro e há um receio do que vai acontecer pra frente. Vamos ter que sentar com esses caras e mostrar o que acontece. Mostrando as propostas do agro, colocando ciência e tecnologia nos debates. A conversa já começou para alinhar o pensamento, estamos há 40, 50 dias fazendo isso. Acabou a guerra, vamos pra outra batalha que é conquistar pessoas”, relatou um dos líderes ouvidos pela reportagem. Segundo ele, passada a eleição, começa um trabalho árduo de esclarecer os eleitos e tentar puxá-los para o lado da FPA.
Ibope: Bolsonaro tem 31%; Haddad, 21%; Ciro, 11% e Alckmin, 8%
Adaptado do Canal Rural.
