Os 19 laticínios participantes da pesquisa compram, juntos, em torno de 13,7 milhões de litros de leite diariamente provenientes de 32.823 produtores.
Há 4 anos o MilkPoint Mercado realiza uma pesquisa inédita com as empresas brasileiras, buscando informações sobre a evolução de sistemas confinados de produção de leite no Brasil.
A motivação para a realização da pesquisa se dá pelo grande crescimento no número de compost barns nos últimos 10 anos, influenciando de forma crescente o perfil do leite nacional.
Dados de 2022
Para o ano de 2022 foram 19 empresas participantes da pesquisa, um recorde de participação. Os resultados da pesquisa não contemplam informação por empresa, somente os valores agregados para que se mantenha a confidencialidade das empresas e dos dados.
Os 19 laticínios participantes da pesquisa compram, juntos, em torno de 13,7 milhões de litros de leite diariamente provenientes de 32.823 produtores, representando cerca de 21% da produção formal do país.
Os resultados mostram que, desse total, 5,7 milhões de litros/dia são produzidos em confinamento, representando 41% do total comprado pelas indústrias participantes.
Esse montante significativo é produzido por apenas 2734 produtores, 8% do total, indicando a concentração na produção de leite. A média total de produção diária é de 419 litros/produtor, ao passo que, quando realizamos a média de produção em sistemas confinados, esse número sobe para 2.085 litros/dia.
Evolução das empresas que participaram de todas as edições da pesquisa
A evolução na captação do leite das empresas que participam da pesquisa desde a primeira edição de 2019 conta com um aumento ainda mais significativo do volume de produção captado de sistemas de confinamento.
No ano de 2022, apenas 10% dos produtores que fornecem para estas empresas representam sistemas de produção confinados, com produção de 46% do total (gráfico acima), ou seja, quase metade do leite captado vem de sistemas confinados.
A média de produção de sistemas confinados é quase 5 vezes maior do que a média global de todos os sistemas de produção (gráfico acima), o que evidencia que as produções em confinamento, como free stall ou compost barn, por exemplo, implicam em aumento da escala de produção, talvez caminhando para ser o modelo padrão de mercado.
Outro dado interessante é que há uma tendência de redução da produção média diária naqueles que não adotam o confinamento. Em 2019, a média diária era de 539 litros/dia; em 2020, 459 litros/dia; em 2021, um leve aumento para 481 litros/dia e, na pesquisa atual, 420 litros/dia.
- Florestas restauradas aumentam produtividade de soja em até 10 sacas por hectare
- Carne bovina se destaca como aliada na prevenção de doenças, apontam estudos
- “Produtor rural brasileiro merece respeito”, afirmam entidades após boicote do CEO do Carrefour
- Surto de gripe aviária afeta quase 1 milhão de aves comerciais na Califórnia
- Vendas de café atingem 70% da produção com destaque para o arábica
“É importante frisar que, embora seja uma amostragem bastante interessante, essa pesquisa não é um censo, de forma que a extrapolação para a produção total não deve ser feita. De qualquer forma, é notório o processo de transformação do leite brasileiro envolvendo o aumento da escala, o confinamento e a concentração da produção na mão de menos produtores”, diz Marcelo Carvalho, CEO da MilkPoint Ventures.
Fonte: MilkPoint