Este aumento do leite foi influenciado pelos elevados preços do farelo de soja, farelo de milho, ração e polpa cítrica.
No mês de novembro, o Índice de Custo de Produção de Leite (ICPLeite), desenvolvido pela Embrapa, revela pelo terceiro mês consecutivo um aumento nos custos de produção de leite, marcando a segunda maior variação do ano. A inflação observada, de 1,3%, é impulsionada principalmente pelo aumento nos custos do grupo Concentrado, que apresentou uma oscilação significativa de 3,9% durante o mês. Este crescimento foi influenciado pelos elevados preços do farelo de soja, farelo de milho, ração e polpa cítrica.
Contrastando essa tendência, o custo da produção de Volumosos registrou uma queda de 0,5%, acompanhada pela redução de preços em itens de outros quatro grupos. Entretanto, a diminuição generalizada nos demais grupos não foi suficiente para reverter o resultado inflacionário de novembro, devido ao peso significativo do grupo Concentrado no custo final.
À medida que nos aproximamos do final do ano, observamos que o acumulado de janeiro a novembro revela uma deflação de -2,7%, indicando uma desaceleração gradual em comparação aos meses anteriores. Este resultado é atribuído, em grande parte, às quedas expressivas nos grupos Concentrado, Volumosos e Minerais, todos relacionados à alimentação do rebanho.
Analisando a variação acumulada ao longo dos onze meses, percebemos que o grupo de Energia e Combustível apresenta a maior variação positiva, com um aumento de 20%. Qualidade do Leite e Mão-de-Obra também registram variações positivas na casa dos dois dígitos, enquanto Sanidade e Reprodução apresentam uma variação positiva.
Ao considerar o período de doze meses, o ICPLeite/Embrapa revela uma deflação de -2,9%. A queda acumulada ao longo desse período também tem uma trajetória descendente desde o meio do ano. Notavelmente, os grupos Minerais, Volumosos e Concentrado, componentes essenciais na alimentação do rebanho, apresentaram retrações acumuladas de dois dígitos, contribuindo para o resultado global negativo. Em contraste, os demais quatro grupos registraram variações positivas, destacando-se a Qualidade do Leite, que acumulou quase 25% no ano móvel, e Energia e Combustível, com um aumento de 19,6%.
Em suma, o panorama do custo de produção de leite em novembro destaca a pressão inflacionária, principalmente relacionada ao grupo Concentrado, enquanto a tendência anual aponta para uma desaceleração, impulsionada pelas quedas nos custos ligados à alimentação do rebanho. Contudo, desafios persistem, especialmente em setores como Energia e Combustível, exigindo uma abordagem estratégica para a gestão eficiente dos custos na produção leiteira.
Dados fornecidos pela Embrapa
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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